Anunciada nesta quinta-feira (22) como nova ministra das Mulheres, Maria Aparecida Gonçalves é ativista e especialista em violência de gênero. Ela, que integrou o segundo escalão dos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, construiu sua carreira política em órgãos dedicados a combater violência nas esferas estadual e federal.
A nova ministra é natural de Clementina, no interior de São Paulo, mas iniciou sua carreira política em Mato Grosso do Sul e hoje mora na capital do estado, Campo Grande. Militante do PT, ela participou da fundação da Central dos Movimentos Populares, em 1993, e já integrou a direção estadual e nacional do partido.
Gonçalves assumiu um cargo público pela primeira vez em 1999, com o início da gestão de Zeca do PT como governador do Mato Grosso do Sul. Ela foi assessora técnica e política na área de políticas públicas para mulheres e, depois, coordenou o atendimento a mulheres na Secretaria de Assistência Social, Cidadania e Trabalho. Trabalhou com a temática da violência contra mulher desde então.
Em 2002, no último ano do governo Fernando Henrique Cardoso, Gonçalves era presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher no Mato Grosso do Sul. Ela foi chamada para integrar o governo federal no ano seguinte, quando se tornou secretária nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres.
Pelo PT, ela concorreu duas vezes ao cargo de vereadora em Campo Grande, em 1988 e 2000, porém não conseguiu se eleger -teve 237 votos na primeira tentativa e 746 na segunda. Em 1986, foi a única mulher em Mato Grosso do Sul a tentar se eleger deputada constituinte, mas também não obteve votos suficientes.
Cida Gonçalves assumirá o primeiro ministério dedicado exclusivamente a políticas para mulheres. Na sua primeira passagem pelo governo federal, seu cargo estava vinculado à Secretaria de Políticas para Mulheres, que respondia diretamente ao presidente da República.
Desde então, esse tema ganhou protagonismo aos poucos dentro da burocracia federal, chegando ao status de ministério. Em 2015, no segundo governo de Dilma Rousseff, a secretaria nacional saiu da alçada da Presidência da República e fundiu-se com outros órgãos para formar o Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos -extinto dois anos depois na gestão Michel Temer.
A pasta deve herdar parte das responsabilidades do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, criado pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) e comandado pela pastora Damares Alves, que será desmembrado.
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