Em seu primeiro discurso após ser empossado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que democracia venceu as eleições e defendeu o sistema eletrônico de votação.
O pleito foi marcado por ataques do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) contra as urnas.
"Se estamos aqui hoje é gracas à consciência política da sociedade brasileira e à frente democrática que formamos ao longo dessa histórica campanha eleitoral. Foi a democracia a grande vitoriosa nesta eleição", declarou Lula.
Assim como fez após vencer as eleições, em 30 de outubro, Lula diz que enfrentou na campanha "a maior mobilização de recursos públicos e privados que já se viu". Também disse que enfrentou "a mais objeta campanha de mentiras e ódio tramada para manipular e constranger o eleitorado brasileiro".
"Nunca os recursos do estado foram tão desvirtuados em proveito de um projeto autoritário de poder", declarou.
Sobre os ataques de Bolsonaro às urnas, Lula fez um agradecimento ao que chamou de "atitude corajosa do poder Judiciário, especialmente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral)".
A primeira fala de Lula como presidente empossado foi marcada por críticas contra Bolsonaro.
Devastação, desmonte e destruição foram algumas das palavras usadas por Lula para se referir à gestão anterior.
Lula lembrou seu primeiro discurso de posse, em 2003, quando colocou o combate à fome como uma das prioridades do seu primeiro governo. "Ter de repetir esse compromisso no dia de hoje diante do avanço da miséria e do regresso da fome que havíamos superado é o mais grave sintoma da devastação que se impôs ao pais nos anos recentes", discursou.
Antes de iniciar seu discurso, no momento da assinatura do termo de posse, Lula quebrou o protocolo e fez uma rápida homenagem à população do Piauí. Disse que assinou o documento com uma caneta que ganhou de um apoiador em um comício em 1989 no estado. Segundo ele, o apoiador disse na ocasião que lhe estava presenteando a caneta para que ele assinasse o termo de posse caso ganhasse aquele pleito.
O Congresso Nacional declarou Lula e Geraldo Alckmin (PSB) formalmente empossados nos cargos de presidente e vice-presidente da República na tarde deste domingo (1º), momentos antes do discurso do petista.
Lula e Alckmin inauguraram o terceiro volume do livro escrito à mão que reúne, desde 1891, os termos de posse presidencial.
É a terceira vez que Lula coloca sua assinatura no livro -as duas anteriores foram em 2003 e 2007, ambas tendo como vice o empresário mineiro José Alencar (1931-2011).
O livro que reúne os termos de posse presidencial ficam guardados no arquivo do Senado, em ambiente com controle de temperatura e umidade, mas estão digitalizados e podem ser consultados pela internet.
Antes de assinar o termo, Lula também cumpriu a regra exigida dos presidentes diplomados de firmar o compromisso constitucional de manter, defender e cumprir a Carta, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil.
Formalmente empossado no cargo, o petista e seu vice seguem para o Palácio do Planalto, onde Lula receberá a faixa presidencial e fará novo discurso, dessa vez no parlatório, direcionado ao público concentrado na Praça dos Três Poderes.
O petista foi eleito para seu terceiro mandato ao receber 50,9% dos votos válidos no segundo turno, contra 49,1% de Jair Bolsonaro (PL). Foi a primeira vez que um presidente perdeu uma disputa pela reeleição no país.
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar