Nos eventos bolsonaristas, entre as pessoas que estão de verde e amarelo, é comum avistar uma bandeira de Israel ou expressões de apoio ao país. "Deus abençoe Israel" é um dos dizeres frequentes entre os entusiastas seguidores do ex-presidente. O motivo dessa ligação com o país está relacionado com a interpretação dos evangélicos, uma vez que para eles ser contra Israel é considerado estar contra a vontade de Deus.
O teólogo Ronilso Pacheco, colunista do UOL, afirma que existem algumas razões para isso. Uma delas é baseada nos Gênesis, livro da bíblia do Antigo Testamento, que diz que Deus irá abençoar as nações que apoiassem a descendência de Abraão, ao que os evangélicos interpretam como apoio incondicional a Israel.
Apesar da argumentação cristã de que a vinda de Jesus teria mudado o status de Israel como povo escolhido, para muitos evangélicos isso muda com a segunda vinda de Cristo, uma outra razão apresentada por Pacheco. A interpretação apocalíptica é reforçada pelo restabelecimento do Estado de Israel, visto como um sinal do fim dos tempos.
A aproximação entre evangélicos e Israel ganhou força após a popularização do livro "The Late Great Planet Earth" (A Agonia do Grande Planeta Terra) por Hal Lindsey, em 1970. O livro apontava que a nação judaica precisava ser recriada na Palestina, Jerusalém reconquistada e o templo sagrado reconstruído para que o Apocalipse se concretizasse. Essas ideias influenciaram profundamente o entendimento apocalíptico entre os evangélicos.
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Nos Estados Unidos, essa relação moldou até mesmo a política externa, e no Brasil, onde o protestantismo tem laços históricos com o movimento americano, essas ideias se popularizaram. Israel se beneficia não só politicamente, ganhando apoio em países com forte presença evangélica como os EUA e o Brasil no governo Bolsonaro, mas também financeiramente, com as peregrinações de evangélicos à Terra Santa.
Em visita ao Brasil em 2018, o então primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, destacou o apoio dos evangélicos como crucial para seu país, reforçando essa aliança que transcende fronteiras e influencia a geopolítica internacional.
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