O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante, criticou nesta terça-feira (13) o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), e disse que o tucano deveria agradecer aos servidores do banco pelo trabalho realizado para mitigar os prejuízos econômicos das enchentes no estado.
Segundo Mercadante, esse reconhecimento por parte de Leite não ocorreu ainda. A fala do petista foi registrada durante a apresentação do balanço de resultados do BNDES, no Rio de Janeiro.
"O que esperamos: um elogio, um reconhecimento, um agradecimento. Sempre que tiver uma questão que mereça ser ajustada, melhorada, ótimo, peça uma audiência. Nós sentamos e vamos trabalhar. Não é isso que temos visto. A polarização política no Brasil está corroendo os valores republicanos", afirmou Mercadante.
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"Os servidores do BNDES merecem um agradecimento das autoridades do Rio Grande do Sul, especialmente do governador, que até agora não veio", completou.
A crítica vem após Leite cobrar mais medidas do governo federal para apoio ao estado após a tragédia ambiental de abril e maio. A catástrofe de proporções históricas devastou parte das cidades gaúchas, com reflexos sobre a atividade econômica local.
Na semana passada, por exemplo, o governador pediu reforço no auxílio à agropecuária do estado. "Não estamos lutando para tirar recursos das outras regiões, mas, sim, por um tratamento adequado ao Rio Grande, mais ainda diante das calamidades que temos enfrentado", disse Leite na quinta (8).
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"Não nos contentamos com o pouco que ofereceram ao estado até agora e que estão colocando na mesa para o agro gaúcho", acrescentou o tucano na ocasião.
Nesta terça, Mercadante afirmou que o BNDES está aprovando crédito ao Rio Grande do Sul de uma forma seis vezes mais rápida do que a média da instituição.
Segundo ele, servidores da casa estão virando "noite e final de semana" para dar conta da demanda estadual. Mercadante ainda falou em mais de R$ 10 bilhões aprovados ou em processo de transferência do banco para iniciativas de apoio aos gaúchos.
"Queria mandar um recado, ou um apelo, ao governador do estado. Assim que teve a tragédia, os servidores daqui se prontificaram de imediato a ir para o Rio Grande do Sul ajudar a enfrentar a crise. Largaram suas famílias, foram instalados em condições precárias para poder dar uma resposta imediata", disse Mercadante.
Consultado pela reportagem via assessoria de imprensa, Leite não se manifestou sobre as declarações do presidente do BNDES até a publicação desta reportagem.
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