
Em tempos nos quais os desdobramentos políticos ultrapassam as fronteiras nacionais, o exílio - forçado ou estratégico - volta à cena como alternativa adotada por figuras públicas sob pressão da Justiça.
Enquanto a opinião pública se divide entre críticas e defesas apaixonadas, o cenário institucional assiste a novos capítulos de tensão entre poderes, com reflexos diretos na representação parlamentar.
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) anunciou nesta terça-feira (3) que deixou o Brasil há alguns dias e pretende viver na Europa, onde afirma já realizar tratamento médico. Em entrevista à Rádio Auri Verde Brasil, a parlamentar disse que pedirá licença do cargo e negou estar abandonando o país, alegando que sua saída é um ato de "resistência".
"É poder continuar falando o que quero falar. É voltar a ser a Carla que eu era antes das amarras que essa ditadura nos impôs", declarou Zambelli, que também afirmou à CNN estar na Itália e que, por ter cidadania italiana, não poderá ser deportada.
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CONDENAÇÃO NO STF
A saída ocorre após a deputada ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão, em regime inicialmente fechado, por invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
A decisão também determina a perda do mandato, a ser confirmada pela Câmara após o trânsito em julgado, e a inelegibilidade da parlamentar, além de uma multa de R$ 2 milhões por danos morais e coletivos.
PORTE DE ARMA E CONSTRANGIMENTO ILEGAL
Zambelli é ainda alvo de outro processo no STF, no qual é acusada de porte ilegal de arma e constrangimento ilegal, após perseguir um homem armada em via pública, em São Paulo, no episódio que antecedeu o segundo turno das eleições de 2022. O julgamento está suspenso desde março por pedido de vista do ministro Nunes Marques.
Segundo a deputada, mesmo fora do país, ela continuará se posicionando politicamente e promete apresentar denúncias contra o Judiciário brasileiro a autoridades europeias. A defesa de Zambelli também já recorreu contra a condenação imposta pelo STF.
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