
O anúncio do "tarifaço" de Trump sobre os produtos brasileiros no Estados Unidos já gera movimentações no mercado econômico e uma série de transações pareceu suspeita à Advocacia-Geral da União (AGU).
O órgão protocolou uma petição no Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando a investigação de movimentações suspeitas do Deputado Federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) no mercado cambial brasileiro que ocorreram antes do anúncio das tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos ao Brasil em 9 de julho.
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A suspeita é de que houve utilização de informações privilegiadas, caracterizando insider trading, considerada uma prática ilegal no mercado financeiro.
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Movimentações suspeitas identificadas por reportagem
A petição da AGU foi motivada por uma reportagem exibida pelo Jornal Nacional, da TV Globo, que revelou transações de câmbio em volume significativo ocorridas antes e depois do anúncio oficial das medidas comerciais implementadas pela administração Trump.
Essas movimentações levantaram suspeitas sobre o uso indevido de informações confidenciais.
Segundo a AGU, as transações sugerem "possível utilização de informações privilegiadas (insider trading) por pessoas físicas ou jurídicas, supostamente com acesso prévio e indevido a decisões ou dados econômicos de alto impacto."
Conexão com inquérito de Eduardo Bolsonaro
O órgão solicita que a investigação seja conduzida no âmbito do inquérito já em andamento contra Eduardo Bolsonaro (PL-SP) no STF. Esta investigação apura a atuação do deputado licenciado nos Estados Unidos para impor sanções contra o sistema judiciário brasileiro.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) já havia identificado uma "atuação coordenada entre pai e filho", descrevendo que Jair e Eduardo Bolsonaro trabalharam para intimidar autoridades brasileiras e obstruir processos relacionados à trama golpista, na qual o ex-presidente figura como réu.
Encaminhamentos solicitados
A AGU pede que a petição seja encaminhada à Procuradoria-Geral da República e que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) seja comunicada sobre as transações suspeitas.
O órgão esclarece que, além da esfera criminal, o uso ilícito de informação privilegiada pode gerar responsabilidades civil e administrativa, incluindo prejuízos ao mercado e aos investidores.
Posicionamento de Eduardo Bolsonaro
Em entrevista, Eduardo Bolsonaro defendeu as tarifas impostas pela administração Trump, mesmo que sejam negativas para a economia brasileira. Ele afirma que a tarifa de 50% "não é o cenário desejado", mas representa a "única esperança" que resta.
O deputado também declarou que "lamenta que o povo brasileiro tenha que pagar a conta" pelas medidas implementadas.
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