
No centro de um dos momentos mais delicados de sua trajetória política e pessoal, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou neste domingo (14) o Hospital DF Star, em Brasília, após passar por uma série de exames e procedimentos médicos. Aos 70 anos e atualmente em prisão domiciliar, Bolsonaro recebeu autorização do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para comparecer à unidade de saúde com o objetivo de tratar lesões na pele.
O que era para ser um procedimento pontual, no entanto, acabou revelando um quadro clínico mais complexo: os médicos detectaram anemia por deficiência de ferro e vestígios de uma pneumonia recente por broncoaspiração, o que reforça a necessidade de acompanhamento constante do ex-mandatário.
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De acordo com o boletim médico oficial, Bolsonaro passou por remoção de oito lesões cutâneas, localizadas no tronco e no braço direito. Os materiais foram enviados para análise, e os médicos aguardam os resultados para uma definição diagnóstica precisa e avaliação de necessidade de novos tratamentos.
Além disso, exames indicaram anemia ferropriva, condição que exigiu reposição de ferro por via endovenosa durante a internação. Também foi realizada uma tomografia do tórax, que mostrou imagem residual de uma pneumonia por broncoaspiração, sugerindo um quadro respiratório recente.
A equipe médica orientou que Bolsonaro siga em tratamento contínuo para hipertensão arterial, refluxo gastroesofágico e com medidas preventivas contra novas broncoaspirações.
O boletim foi assinado pelos médicos Cláudio Birolini (chefe da equipe cirúrgica), Leandro Echenique (cardiologista), Guilherme Meyer (diretor médico do hospital) e Allisson Barcelos Borges (diretor geral).
Saída do hospital e retorno à prisão domiciliar
Após receber alta, Bolsonaro retornou à sua residência em Brasília, onde segue cumprindo prisão domiciliar desde o início de agosto. A medida foi determinada após o ex-presidente descumprir restrições impostas por Alexandre de Moraes, em meio às investigações sobre a suposta trama golpista que levou à sua condenação a mais de 27 anos de prisão — embora a sentença ainda esteja em fase de recursos.
Durante a ida ao hospital, o ex-presidente foi escoltado por agentes federais, em cumprimento às exigências de segurança do STF. Apoiadores vestidos com camisas verde e amarela se aglomeraram nas proximidades do hospital e tentaram contato com Bolsonaro, que não respondeu aos acenos.
Moraes autorizou a saída temporária, mas exigiu que a defesa apresente atestados de comparecimento médico em até 48 horas após a realização dos procedimentos.
Boatos, vigilância e novos capítulos
Mesmo diante de um quadro clínico que exige atenção, Bolsonaro continua sendo uma figura política de destaque e alvo de debates acalorados no cenário nacional. Sua prisão domiciliar e a condenação judicial abrem precedentes inéditos na história recente do Brasil, enquanto seus apoiadores seguem mobilizados em torno de pedidos por anistia — rejeitada por 54% da população, segundo a mais recente pesquisa.
Em paralelo, aliados como o governador Tarcísio de Freitas intensificam articulações em Brasília por uma possível reversão da pena, enquanto o ex-presidente segue, sob vigilância, tratando sua saúde física — e enfrentando as consequências jurídicas e políticas de seu passado recente.
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