
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou por telefone, nesta segunda-feira (6), com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O contato foi confirmado pelo Palácio do Planalto e durou cerca de 30 minutos.
A ligação ocorreu por volta das 10h30, a partir do Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência. Participaram da conversa o vice-presidente Geraldo Alckmin, o assessor especial Celso Amorim e os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Sidônio Palmeira (Secom).
Segundo nota divulgada pelo governo brasileiro, Lula convidou Trump para participar da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em novembro, em Belém (PA). O presidente brasileiro também pediu a revisão das tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros, conhecidas como “tarifaço”.
Mais cedo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou o diálogo como construtivo. O contato telefônico foi o primeiro desde que Trump assumiu novamente a Presidência dos Estados Unidos, no fim de 2024.
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A conversa ocorre em meio às sobretaxas de 50% aplicadas pelo governo norte-americano a parte das exportações brasileiras, o que vem gerando impacto nas relações comerciais entre os dois países.
O encontro entre Lula e Trump já vinha sendo articulado desde a Assembleia Geral da ONU, em setembro, em Nova York. Na ocasião, ambos chegaram a se cumprimentar rapidamente após seus discursos e manifestaram interesse em manter diálogo direto.
De acordo com fontes do Planalto, o governo brasileiro optou por iniciar o contato de forma remota antes de marcar um encontro presencial. A estratégia busca identificar pontos de convergência e divergência nas negociações comerciais e estabelecer um canal de confiança entre os líderes.
Desde o início do novo mandato de Trump, diplomatas brasileiros mantêm postura cautelosa devido às mudanças frequentes nas posições do governo norte-americano. Há preocupação de que eventuais recuos possam afetar as tratativas bilaterais.
O aumento das tarifas, anunciado de forma gradual ao longo dos últimos meses, afeta cerca de 36% das exportações brasileiras aos Estados Unidos. Trump justificou as medidas alegando desequilíbrio comercial e questões políticas relacionadas a investigações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Durante discursos recentes, Lula afirmou que o Brasil mantém sua soberania e a independência do Judiciário, mas destacou estar aberto a discutir temas de interesse comum com os Estados Unidos, como regulação de plataformas digitais e exploração de terras raras.
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Veja a nota na íntegra:
Telefonema entre os presidentes Lula e Donald Trump
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu, nesta manhã (6/10), telefonema do presidente Donald Trump, dos Estados Unidos. Em tom amistoso, os dois líderes conversaram por 30 minutos, quando relembraram a boa química que tiveram em Nova York por ocasião da Assembleia Geral da ONU. Os dois presidentes reiteraram a impressão positiva daquele encontro.
O presidente Lula descreveu o contato como uma oportunidade para a restauração das relações amigáveis de 201 anos entre as duas maiores democracias do Ocidente. Recordou que o Brasil é um dos três países do G20 com quem os Estados Unidos mantêm superávit na balança de bens e serviços. Solicitou a retirada da sobretaxa de 40% imposta a produtos nacionais e das medidas restritivas aplicadas contra autoridades brasileiras.
O presidente Trump designou o secretário de Estado Marco Rubio para dar sequência às negociações com o vice-presidente Geraldo Alckmin, o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Fazenda Fernando Haddad. Ambos os líderes acordaram encontrar-se pessoalmente em breve. O presidente Lula aventou a possibilidade de encontro na Cúpula da Asean, na Malásia; reiterou convite a Trump para participar da COP30, em Belém (PA); e também se dispôs a viajar aos Estados Unidos.
Os dois presidentes trocaram telefones para estabelecer via direta de comunicação. Do lado brasileiro, a conversa foi acompanhada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, os ministros Mauro Vieira, Fernando Haddad, Sidônio Palmeira e o assessor especial Celso Amorim.
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