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ARTE E ORGULHO

Anáguas, brilhos e babados do Miss Caipira da Diversidade 

O DOL foi conferir os bastidores do concurso de miss que atraiu cerca de 10 mil pessoas, segundo a FCP, na última sexta-feira (28)

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Imagem ilustrativa da notícia Anáguas, brilhos e babados do Miss Caipira da Diversidade  camera Apresentações encantam e surpreendem público | Divulgação

No dia 28 de junho de 1969, a revolta no bar Stonewall Inn, em Nova York, Estados Unidos, deu origem a um movimento de visibilidade para a comunidade LGBTQIAP+, pedindo respeito com muito orgulho.

Comemorado em junho, o Dia do Orgulho LGBT+ no Brasil se mistura com as festas juninas.

Os tradicionais concursos de misses que ocorrem nos festejos dos santos juninos também abriram espaços para misses LGBT.

Um deles é o “Miss Caipira da Diversidade”, promovido pela Fundação Cultural do Pará (FCP), em Belém.

Nele, muitas candidatas LGBTs+ de quadrilhas de todo o Estado se apresentam mostrando garra, coreografias e figurinos babadeiros.

Em 2024, 50 candidatas participaram do concurso.

Amanda Vergara, que participou pela primeira vez, estava há mais de seis meses ensaiando para a grande noite. “Estou me preparando desde novembro junto com a minha quadrilha e vim para dar o meu máximo”, disse.

Quem também iniciou os preparativos com antecedência foi Thiffanny Karamazof, de Ananindeua, Região Metropolitana de Belém, outra estreante no concurso. “Desde o ano passado [venho me preparando], ensaio, traje, coisas erradas... Então, a gente tem que se virar no plano B, C, para poder chegar aqui, hoje, e mostrar para todos, porque não são só os jurados importantes, mas sim o público que está presente”, enfatizou.

Já Adria Romchel destacou a força do trabalho coletivo para o momento das apresentações. “A preparação para a miss e para estar no dia de hoje aqui é de um mês, de um mês e meio, contando a coreografia, toda a indumentária, a temática. É uma honra estar aqui representando o meu grupo, representando a minha classe, representando o amor que a gente tem pelo São João”.

E por falar em representatividade, é unanime entre as misses a importância de um concurso totalmente voltado para a comunidade LGBT+, onde vários artistas, coreógrafos e maquiadores garantem mais espaço para mostrar seus trabalhos.


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A importância pra gente é que é muito grandioso quando um evento desse, do Estado, separa um dia especial para o movimento LGBT+, para saudar a nossa diversidade na festa de São João e abrir esse espaço para dar a visibilidade para vários profissionais e artistas que fazem parte desse movimento

Adria Romchel, Candidata a Miss Caipira da Diversidade
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A inspiração para as indumentárias vinha de todos os lugares, mas com foco na Amazônia e no Pará. Desde erveiras do Ver-o-Peso, a cantoras populares, passando pelo tecnobrega, lendas brasileiras, festas religiosas como o Círio de Nazaré e elementos da natureza, tudo poderia ser representado. O importante era se destacar, inovar e, principalmente, se divertir.

VALORIZAÇÃO DA COMUNIDADE LGBT+

Criado em 2003 com o nome de “Miss Caipira Mix”, o concurso teve o expressivo número de 50 candidatas em 2024, todas da comunidade LGBT+ representando quadrilhas de todo o Pará.

Promovido pela Fundação Cultural do Pará, o “Miss Caipira da Diversidade” foi realizado no dia internacional do orgulho LGBT+, para que a data seja celebrada cada vez mais. Quem explicou sobre isso foi Claudinha Pinheiro, diretora de interação cultural da FCP. “Esse concurso, na realidade, já existia aqui na Fundação desde 2003 e era concurso de Miss Mix. E agora nós estamos valorizando e respeitando o dia. Trouxemos do dia 24 para o dia 28, que é o Dia do Orgulho. E como pessoas LGBT+ que somos, pensamos, vamos fazer melhor. Vamos colocar no dia, vamos fazer essa discussão e valorizar as pessoas que são LGBTs+, valorizar o artista LGBT+ que normalmente atuava só como coreógrafo, só como estilista”, destacou.

Por ser gratuito, o concurso atrai pessoas de todo o Pará independente de orientação ou identidade de gênero e Claudinha diz que é uma forma de promover também o respeito a toda a comunidade.

“À medida que as pessoas vêm que são artistas, que estão trabalhando, que estão mostrando o seu potencial artístico, elas passam a respeitar. Então como a plateia é heterogênea, todo mundo vai tendo a impressão, tendo o apaixonamento pela candidata conforme o desenvolvimento da apresentação e respeita”.

Além disso, a Fundação Cultural do Pará realiza ações de cidadania, já que o foco do evento é também fomentar a arte entre pessoas trans, buscando sempre o respeito.


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Nós temos a preocupação de realmente não ser aquela questão só da festa. É a discussão, é a aceitação, é o respeito às diferenças. Porque a partir do momento que você respeita, você vai conseguir conviver com mais naturalidade com a pessoa LGBT+. O nosso fomento é em arte

Claudinha Pinheiro, Diretora de interação cultural da FCP
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"Nós não podemos fomentar a empregabilidade. Nós podemos discutir com órgãos que têm essa empregabilidade e verificar isso para que o dia seja um dia de cidadania para pessoas trans, por exemplo”, concluiu Claudinha.

Veja imagens dos bastidores do concurso

  Fotos: Vicente Crispino

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