No próximo sábado (28) é o Dia Nacional de Combate ao Fumo e a data serve como alerta sobre o tabagismo. A Secretaria de Estado de Saúde Pública, através do Centro de Referência em Abordagem e Tratamento do Fumante (Cratf), oferece atendimentos gratuito para quem quer largar o cigarro. Em tempos de pandemia, os fumantes são considerados pacientes de risco, pois podem desenvolver os estágios mais graves já que o cigarro provoca inflamações no pulmão.
"Tivemos pacientes que fazem tratamento aqui e tiveram covid-19 e as complicações são maiores. A evolução pode ser mais grave, pois os fumantes já tem uma inflamação por conta do cigarro, que é agravada com o vírus", explica Fátima Houat, coordenadora do Craft.
O objetivo do Centro de Referência é ajudar, através de uma equipe multidisciplinar, a tratar pessoas que querem deixar o cigarro. No primeiro momento, o usuário passa por uma avaliação clínica e é inserido no circuito de tratamento, começando por uma abordagem comportamental em grupo, conduzida por psicólogos e assistentes sociais. Na segunda ou terceira sessão, 80% deles já deixam de fumar. Em seguida, passa por uma consulta médica, com realização de exames e prescrição de medicamentos, se for necessário, pois cada caso é avaliado individualmente.
O atendimento presencial é feito com hora marcada e com número reduzido para evitar aglomerações. Cerca de 40 pessoas são atendidas diariamente no Craft, como a Maria Virgínia, que não abandonou o tratamento mesmo em tempos de isolamento social. O acompanhamento foi realizado via telefone e, agora, a pescadora já retornou às terapias presenciais.
"Eu fumei por 30 anos, fumava duas carteiras de cigarro por dia e, na minha família, vi casos como o do meu pai. Perdi meu pai para o cigarro, teve complicações nos órgãos por causa disso. Um conjunto de fatores me fez parar de fumar. Me arrependo muito de ter fumado por muitos anos", relembra Maria, para alertar pessoas que ainda estão na batalha para deixar o cigarro.
Associado ao consumo do tabagismo em 90% dos casos, o câncer de pulmão é um dos tumores malignos mais comuns e sua incidência cresce 2% ao ano, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). A doença já registrou em todo o Pará 144 casos em 2019 e, neste ano, até maio, 43 casos - segundo dados do Painel Oncologia, do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus).
Serviço:
Para ter acesso ao Craft, basta procurar o centro ao lado da URE da Presidente Vargas, em Belém. Avenida Presidente Vargas, n.º 513. Atendimento de segunda à sexta, 7h às 17h. Telefone (91) 3242-5645.
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