Manter os cuidados com animais silvestres também deve ser olhado com a mesma importância do que com os domésticos. No entanto, é preciso destacar que há profissionais capacitados especificamente para o tratamento e cuidados a esses animais.
Como modo de fomentar a educação ambiental, a Organização Pará 2000, que administra o parque ambiental, abre espaço para parcerias de incentivo à formação e qualificação de profissionais ligados à preservação da flora e fauna amazônicas.
No último final de semana, o Mangal das Garças promoveu um curso de emergência e cuidados intensivos de animais silvestres, voltado para estudantes e médicos veterinários. “O curso é considerado inédito na cidade. Realizamos aulas teóricas e práticas, onde demonstramos processos e técnicas aos alunos por meio do manejo de animais presentes no Parque, muitos dos quais chegaram aqui em situação de emergência, com fraturas ou ferimentos, por exemplo”, conta Camilo González, médico veterinário do Mangal, que também foi um dos instrutores do curso.
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Os participantes tiveram aulas teóricas com as temáticas de emergência em aves, em mamíferos e emergência em répteis. “O curso foi realizado em colaboração com uma clínica especializada em animais selvagens, onde os alunos puderam observar e aprender alguns procedimentos clínicos e técnicas de manejo, a fim de desenvolver essa habilidade”, informa Camilo.
O veterinário explica, ainda, que existe alta demanda e, portanto, a necessidade de mais profissionais capacitados para atendimento emergencial de animais silvestres. Para Camilo, a qualificação colabora diretamente para o aumento da conservação desses espécimes.
“Aqui no Pará ocorrem muitos acidentes com animais silvestres, tais como corujas, iguanas, mucuras, e répteis diversos que são facilmente encontrados em áreas urbanas, por exemplo. Além disso, infelizmente, no Brasil temos sinistros como desastres ambientais e queimadas criminosas, tal qual ocorre no Pantanal, nesse sentido, profissionais que tenham como contribuir em momentos emergenciais, são de extrema importância e configuram um dos pilares para a conservação da fauna, o que também é um dos principais objetivos dos parques ambientais como o Mangal das Garças”, considera González.
Referência em reabilitação e reprodução de aves, o Parque Zoobotânico Mangal das Garças dispõe de uma equipe técnica qualificada, que está sempre em busca de atualizações. Parcerias entre o Parque e outras instituições ligadas ao meio ambiente garantem a troca de experiências profissionais, em prol da conservação da fauna e flora. Recentemente, Camilo González participou de um treinamento de manejo de aves no Zooparque de Itatiba, em São Paulo.
“Os Parques e zoológicos geralmente recebem animais machucados ou até mutilados, vindos de apreensões ou de algum cenário de acidentes e abandono, por isso é tão importante saber como acolher esses espécimes e também como trabalhar em prol da reabilitação. Quando não é possível devolvê-los para a natureza, devido à sequelas que os impedem de ter condições de sobrevivência no habitat natural, eles se tornam nossos assistentes, ferramentas vivas de apoio à educação ambiental, de formação de novos profissionais, que irão contribuir para a conservação lá fora, nas florestas, nos ecossistemas, onde é necessário manter esses animais bem”, completa Camilo González.
Referência nacional
Atualmente, 42 espécies de animais convivem na fauna do Mangal das Garças. O espaço é reconhecido nacionalmente pelo trabalho realizado com animais, especialmente em reprodução e reabilitação de aves.
Serviço
A visitação no Parque Zoobotânico Mangal das Garças ocorre de terça-feira a domingo, das 8h às 18h. Nas segundas-feiras, o parque fecha para manutenção.
O Espaço fica na rua Carneiro da Rocha, s/n, no bairro Cidade Velha, em Belém.
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