Com a diversidade de mudanças atípicas que a mulher tem com a gravidez e a maternidade, manter o estado emocional e mental em equilíbrio pode ser um grande desafio, principalmente, em um cenário de pandemia.
De acordo com Daniella Dias, psicóloga clínica da Pró-Saúde, que atua no Materno-Infantil de Barcarena Dra. Anna Turan (HMIB), há duas vertentes de se pensar a gravidez: a ideal e a real.
“Essas vertentes criam uma imagem de que a mulher nasceu pronta para ser mãe, e não é assim. Até mesmo a gravidez planejada pode ter dificuldades”, explica a profissional.
“Há uma pressão para que mães experimentem a maternidade como o melhor momento de suas vidas, com idealizações e expectativas que, na maioria das vezes, diferem das experiências que elas são expostas no dia a dia”, complementa.
Ainda segundo a profissional, essas idealizações refletem na saúde mental da mulher, que por vez, tem um impacto no desenvolvimento do bebê, podendo se estender para problemas mais graves no pós-parto e, também, afetar a relação entre mãe e filho.
“É no período gravídico-puerperal que há maior vulnerabilidade para a ocorrência de alterações emocionais na mulher. Neste momento, a mãe pode ter dificuldades sociais, insegurança, medo, ansiedade e pensamentos negativos sobre essa nova experiência”, afirma.
Principais adoecimentos e transtornos
Baby Blues – Esse período de alterações emocionais, como melancolia, tristeza materna ou irritabilidade é comum. O baby blues atinge 85% das mulheres nas primeiras semanas após o parto. É um processo de adaptação da mãe à nova fase, e os sintomas tendem a se dissolver com o passar dos dias.
Depressão pós-parto – É oriunda de multifatores, por exemplo, uma sobrecarga da gestação que pode envolver questões sociais e até mesmo quebra de expectativa após o parto. A mãe pode apresentar tristeza prolongada, perda de motivação, sensação de incapacidade e de culpa.
Transtorno de pânico puerperal- É desenvolvido como resposta a experiências negativas ou traumáticas, como perdas perinatais, experiências de partos complicados, violência obstétrica, entre outros. Alguns sintomas são: ansiedade elevada e comportamentos obsessivos-compulsivos, incluindo aqueles dedicados ao bebê.
Psicose puerperal- Pode surgir entre o segundo dia ao terceiro mês após o parto, e é, normalmente, diagnosticada por episódios maníacos, depressivos ou psicóticos. Esse adoecimento apresenta sintomas característicos de um quadro delirante, alucinatório e grave.
Dicas para cuidar da saúde mental e emocional
Pré-natal adequado - A mulher precisa ter uma compreensão do seu estado gestacional e manter esse acompanhamento com profissionais, fazendo consulta e exames, assim, ela tem mais probabilidade de seguir com estado mental equilibrado com suporte clínico e emocional.
Suporte familiar- O ciclo de pessoas que a mãe está inserida é fundamental. A mãe pode e deve estar próxima de pessoas que proporcionem segurança, cuidado e que possam oferecer a atenção que ela precisa.
Autocuidado - Para a gestante, é importante manter cuidado com a alimentação e o sono, assim como, se exercitar. Caminhadas ao ar livre e sair de casa para pegar sol, por exemplo, ativam hormônios que proporcionam bem-estar. No período da pandemia, é importante respeitar o isolamento social, nesse momento, existem diversos exercícios físicos que podem ser feitos em casa.
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar