Deixando o trânsito barulhento das ruas de Belém para trás, é na maresia das águas da Baía do Guajará que as energias são renovadas. Equipamento montado, equipe reunida e remo nas mãos, o grupo de prática de canoagem segue para mais uma rotina de exercícios em meio à natureza. Assim como eles, muita gente vem encontrando nas atividades ao ar livre uma maneira de exercitar não apenas o corpo, mas também relaxar a mente.
A prática de exercícios físicos em espaços fechados nunca foi muito atrativa para o engenheiro eletricista Thiago Brito Pereira de Souza, 42 anos. Na tentativa de encontrar uma atividade física mais prazerosa, ele foi em busca de alternativas ao ar livre, mas a chegada até a canoagem polinésia ainda levou um tempo. “Há dois anos eu venho praticando atividades físicas com o objetivo de redução de peso, mas me incomoda um pouco fazer exercício em lugares fechados. Eu fazia porque precisava mesmo”, lembra. “Foi então que eu migrei para a bike, que eu também gostei muito, mas na canoagem, só o fato de estar dentro do rio, é algo que me relaxa”.
As aulas de canoagem com partida do Complexo do Ver-o-Rio foram iniciadas por Thiago há três meses, mas ele já sente os efeitos da atividade. Ele conta que nos intervalos entre as aulas, que costuma fazer duas vezes por semana, já sente falta das saídas com a equipe. “Eu sempre gostei muito de praia, de água, então eu pensei que a canoagem poderia ser uma boa e estou gostando muito. É uma atividade que conecta a gente, esse contato com a natureza é uma motivação a mais”, considera. “O fato de ser uma atividade que a gente pratica junto com outras pessoas também é muito bom. A gente se conecta mais com o ritmo do barco, da água, do vento. Eu brinco com a minha esposa que, quando eu saio da canoagem, eu vou até ‘zen’ no trânsito”.
A possibilidade de relaxar a mente também foi uma motivação para a fisioterapeuta Ana Luísa Araújo, 32 anos, praticante de canoagem há 4 meses. Ela lembra que costumava avistar grupos de pessoas remando pela Baía do Guajará na altura do Complexo do Ver-o-Rio e a vontade de experimentar o esporte surgiu. “Eu já tinha procurado uma atividade ao ar livre para relaxar e amenizar um pouco da ansiedade do dia a dia e eu via que aqui no Ver-o-Rio passava muita gente remando e tinha vontade de fazer também, então fiz uma aula experimental e gostei muito”, conta. “É a minha terapia. Eu procuro não faltar nenhum dia porque realmente sinto falta”.
Das experiências acumuladas durante os quatro meses de remada, Ana Luísa destaca uma em especial, a possibilidade de contemplar o pôr-do-sol de uma posição privilegiada. “Os dias em que a gente vê o pôr-do-sol no meio da Baía são especiais. É uma experiência maravilhosa, é uma coisa que só é possível sentir quem passa por isso mesmo”.
AULAS
As histórias de pessoas de diferentes perfis que vêm se encantando com a prática da canoagem são ouvidas com frequência por Luciana Quintana, sócia-proprietária da escola e clube de canoagem Caruanas, que funciona no Complexo do Ver-o-Rio há cinco anos. Ela conta que, quando a escola foi fundada, além deles próprios, existia apenas um outro clube de canoagem havaiana e polinésia em Belém. Hoje, com a popularização que a prática vem recebendo, já são 10 clubes na capital paraense.
“De dois a três anos para cá, nós tivemos um ‘boom’ em Belém”, avalia. “Principalmente em decorrência da pandemia, houve uma procura muito grande por atividades ao ar livre. Há dois anos a gente viu aumentar muito a procura pelas aulas”.
Além das aulas realizadas durante a semana, a Caruanas também costuma fazer passeios aos finais de semana. Partindo com as canoas do Complexo do Ver-o-Rio, os remadores têm a possibilidade de ir para diferentes destinos além das margens do centro de Belém, como os distritos de Icoaraci, Cotijuba, Mosqueiro. Cada canoa acomoda até seis pessoas, mas Luciana aponta que têm passeios, aos domingos, que as quatro canoas disponíveis são utilizadas, reunindo 24 remadores pela Baía.
“As histórias são diversas. Tem gente que cai na canoagem por acaso e não sai nunca mais”, conta, ao apontar que ela mesma já rema há 7 anos. “Têm pessoas que, quando a gente vê na canoa pela primeira vez, a gente já percebe que vai se descobrir uma remadora mesmo”.
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