A trombose é a formação de um coágulo no sangue (trombo), que obstrui ou dificulta a circulação de um vaso sanguíneo qualquer. Os sintomas da trombose costumam variar, dependendo do local afetado e da extensão do quadro. Eles envolvem inchaço, vermelhidão, limitações de movimento e dor. Algumas vezes, um desses coágulos se desprende e percorre o corpo, podendo causar tromboembolismo pulmonar ou um AVC.
De acordo com o hematologista João Saraiva, do IHEBE, há casos em que o próprio organismo dissolve os coágulos, sem maiores consequências.
“O problema é quando o trombo aumenta ou o bloqueio sanguíneo persiste, gerando, entre outras coisas, inflamações nas veias e artérias. As chamadas tromboses demandam tratamento, justamente para evitar consequências mais graves”.
As tromboses surgem no corpo todo. Os vasos mais afetados são os das pernas. O Dr. João Saraiva explica que a trombose é classificada de acordo com o vaso sanguíneo onde aparece. Quanto aos sintomas, eles também variam, uma vez que há artérias e veias espalhadas pelo corpo todo.
“Quando o coágulo se forma em um veia maior e gera um processo inflamatório, chamamos de trombose venosa profunda (TVP), a forma mais comum de trombose. A TVP diminui o retorno do sangue para o coração. E, com o tempo, a região fica inchada, endurecida e dolorida”.
A sensação de peso nas pernas, principalmente, no fim do dia, também está entre os sinais da TVP.
“As varizes podem ser um sinal, ao qual devemos ficar atentos. Veias tortuosas, dilatadas e que perdem a capacidade de levar o sangue, adequadamente, de volta para o coração, que geram manchas esverdeadas ou arroxeadas, provocando incômodo estético. Elas acusam que está havendo uma circulação deficiente na região”.
Diagnóstico precoce de trombose ajuda no tratamento
Quando o trombo se forma nas artérias, trata-se de uma trombose arterial (TA), que reduz o fluxo do sangue do coração para uma determinada região do organismo. “Nesse caso, é possível ocorrer uma falta de oxigenação do tecido, que pode evoluir para uma gangrena”, relata Dr. Saraiva. Em qualquer uma das situações, a trombose pode gerar dificuldade de locomoção ou para realizar alguns movimentos.
“Há pessoas que, por motivos genéticos, tendem a apresentar uma alta dose de proteínas do sangue, que geram coágulos para cicatrizar tecidos. Outras apresentam a circulação sanguínea estagnadas, por permanecerem sentadas ou deitadas por muito tempo, com as pernas na mesma posição. O fumante também corre o risco de ter seus vasos sanguíneos danificados.
No caso da trombose arterial, a maioria dos casos aparece em decorrência da arteriosclerose, uma formação de placas de gordura e outras substâncias nas artérias, condição atrelada a colesterol alto, diabetes, hipertensão, obesidade, cigarro, etc.”
A trombose é mais comum a partir dos 60 anos e tem uma grande influência dos genes. Para os homens, os principais fatores de risco são o tabagismo, consumo de álcool e o sedentarismo. Na população feminina, a gravidez e o uso de anticoncepcionais sem acompanhamento médico são as principais ameaças.
“O trombo em si pode ser dissolvido ou retirado com remédios, cirurgias e outras tecnologias. No entanto, a pessoa precisará manter cuidados a vida toda para não voltar a sofrer com a trombose, ou para minimizar suas consequências. O tratamento depende do tipo de trombose e da gravidade do quadro. Se for a venosa, podem ser usados medicamentos anticoagulantes, meias elásticas para compressão das pernas e remédios que facilitam o retorno do sangue para o coração. O exercício físico supervisionado é encarado como parte importante do tratamento das tromboses em geral”, conclui o hematologista.
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