Nos últimos meses, muitas marcas de alimentos passaram a oferecer produtos similares aos originais, é o caso do soro de leite, das bebidas e misturas lácteas, do creme culinário, entre outros. Uma mudança motivada pela alta da inflação, afetando especialmente os produtos de origem láctea.
Não é surpresa, então, que muitos consumidores notarem nas bancadas e prateleiras de mercados e supermercados essas versões mais baratas como alternativas para consumo. O problema, contudo, está na composição nutricional, que é muito diferente das versões originais.
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“O consumidor acredita estar comprando o produto original, com a vantagem do preço mais em conta. Mas, na prática, percebe que não foi nada disso que levou para casa”, afirma a nutricionista, doutora em Ciência e Tecnologia de Alimentos e professora do curso de Nutrição da Universidade Positivo (UP), Mariana Etchepare.
Bebida láctea
Muito se fala em bebida láctea, mas poucos entendem o que, de fato, são e como atuam em comparação com as versões originais. Nesse caso, segundo a especialista, trata-se de um termo que engloba “uma série de produtos fabricados com leite e soro”.
“Ela é o produto lácteo resultante da mistura do leite (in natura, pasteurizado, esterilizado, UHT, reconstituído, concentrado, em pó, integral, semidesnatado ou parcialmente desnatado e desnatado) e soro de leite (líquido, concentrado ou em pó), adicionado ou não de produto(s) alimentício(s) ou substância alimentícia, gordura vegetal, leite(s) fermentado(s), fermentos lácteos selecionados e outros produtos lácteos”, explica.
Soro de leite
Esse seria o líquido residual, obtido a partir da coagulação do leite destinado à fabricação de queijos e do próprio leite, uma vez que metade do soro não é aproveitada, gerando desperdícios nutricionais, financeiros e até impactos ambientais.
O produto é obtido em grande quantidade no país e, além de ser perecível, pode tornar-se poluente.
Iogurte ou bebida láctea?
“O iogurte é um tipo de leite fermentado, adicionado ou não de outras substâncias alimentícias, obtidas por coagulação e diminuição do pH do leite, ou reconstituído, adicionado ou não de outros produtos lácteos, por fermentação láctica mediante ação de cultivos de microrganismos específicos”, explica Mariana.
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“Em termos nutricionais o iogurte é mais completo porque contém mais proteína, cálcio, além das bactérias benéficas para a flora intestinal. Já a bebida láctea não contém todos esses nutrientes na mesma quantidade.”
Outra forma de resumir é que a bebida láctea é mais diluída, enquanto o iogurte é mais concentrado e cremoso.
Leite em pó e composto lácteo
Esse é, sem dúvida, um dos campeões de reclamações e queixas entre os consumidores, uma vez que podem ser encontrados nas prateleiras até com as mesmas embalagens.
Diferente do leite, feito à base de leite em pó desidratado, o composto lácteo é uma alternativa ao leite da vaca que possui uma mistura de, no mínimo, 50% de leite e outras substâncias que podem ser lácteas ou não, como soro de leite, manteiga, creme de leite, óleos vegetais e maltodextrina.
“Não posso afirmar que esse produto não é saudável. Só que pode não ser recomendado para um tipo de população, como, por exemplo, crianças menores de dois anos. Para elas, o mais indicado é que se alimentem, de preferência, do leite materno ou de leite em pó específico para essa faixa etária”, recomenda.
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