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DOENÇA CRÔNICA

Movimentos que podem doer com Artrite Reumatoide

Outubro é o mês da conscientização sobre a Artrite Reumatoide, doença crônica que resulta em dores intensas, mas que tem diagnóstico e tratamentos. Saiba quais os sintomas e o que fazer diante da doença

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Imagem ilustrativa da notícia Movimentos que podem doer com Artrite Reumatoide camera Idosos com artrite reumatoide | (Foto: Reprodução freepik)

Outubro é o mês de Conscientização sobre a Artrite Reumatoide (AR), doença crônica que afeta as articulações, resultando em dores intensas. A jornada do paciente com AR é desafiadora, a começar pela demora no diagnóstico. Por isso, neste período, é feita uma campanha para disseminar informações sobre a importância de se identificar os sintomas, de buscar pelo especialista correto - reumatologista - e de ter acesso ao tratamento adequado. Cerca de dois milhões de brasileiros têm essa condição.

A Artrite Reumatoide é doença autoimune inflamatória sem cura, afeta as articulações gerando dores intensas e pode provocar desgaste ósseo, limitações físicas e até comprometimento psíquico como transtornos de ansiedade e depressão, ocasionados principalmente pelo fator incapacitante da doença. É importante estar atento aos principais sintomas para não demorar a procurar o médico. Entre eles, destacam-se dores intensas, inchaço e vermelhidão nas articulações, especialmente nas mãos, e dificuldade em se mexer ao acordar, durando pelo menos uma hora. Os sintomas também podem aparecer separadamente.

“Conhecer melhor a jornada do paciente com AR é importante para compreender os principais obstáculos enfrentados durante esse percurso desafiador e marcado pela dor. A demora no diagnóstico e sua luta até chegar ao tratamento adequado, em alguns casos pode levar anos, e isso acaba impactando fortemente a qualidade de vida de quem convive com a doença”, afirma a médica Ana Cristina Medeiros Ribeiro, reumatologista, pós-doutora e coordenadora do ambulatório de artrite reumatoide do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

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O especialista responsável pelo tratamento da AR é o reumatologista, e é falsa a ideia de que a condição afeta apenas pessoas idosas. Os primeiros sintomas costumam se manifestar em plena idade produtiva, ameaçando a realização das atividades diárias. “A doença pode começar a se manifestar ainda antes 40 anos, por volta de 35 a 55 anos em mulheres, e um pouco mais tarde em homens, mas pode atingir qualquer faixa etária. Quanto mais demorar para fazer o diagnóstico e o tratamento, maior é a perda da qualidade de vida”, declara a especialista.

“Identificar os sintomas, buscar o especialista correto para ter o diagnóstico precoce e ter acompanhamento médico que indique o tratamento adequado é a jornada que esse paciente deveria percorrer para ter mais qualidade de vida e conseguir realizar atividades básicas como se alimentar, se higienizar, trabalhar, entre outras”, afirma Ana Cristina.

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CUIDADOS

Aderir ao tratamento adequado o quanto antes possibilita evitar também o desenvolvimento de outras doenças. A AR é sistêmica, ou seja, afeta todo o corpo humano, ao invés de apenas um órgão ou região, e causa efeitos variados. Por ser autoimune, outras doenças desencadeadas pelo mesmo mecanismo são mais frequentes nestes pacientes quando comparados com quem não tem a doença - por isso há associação com comorbidades.

Complicações comuns em pacientes são doenças que estão relacionadas a deposição de placas de gordura (colesterol) nos vasos sanguíneos. Assim, doença coronariana, aterosclerose nas artérias carótidas, doença vascular periférica e acidente vascular cerebral (AVC), em especial o tipo isquêmico, podem ocorrer. “Outras condições frequentemente associadas são insuficiência cardíaca congestiva, diabetes mellitus tipo 2, osteoporose com fraturas, distúrbio dos lipídios (colesterol e triglicerídeos) e doenças respiratórias associadas ao tabagismo. É importante que essas doenças sejam reconhecidas e tratadas de forma adequada. Por isso, a abordagem multidisciplinar é fundamental”, complementa a reumatologista.

Membro da Sociedade Brasileira de Reumatologia, a médica Izabel Morhy, explica que a Artrite acomete mais as mulheres, em uma proporção de 2,5 para cada 1 homem. Ela atenta também para o fato de que a predisposição genética existe, e a perda da autotolerância em um indivíduo geneticamente predisposto também desencadeia a doença. “Podemos evitar os fatores ambientais, como o tabagismo, o estresse e outros. Manter uma alimentação bem equilibrada também contribui para um bom equilíbrio do sistema imune”, indica a profissional.

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