Nas duas últimas semanas, vários pacientes com diarreia, um dos principais sintomas do rotavírus, que costuma acometer a população no período do inverno amazônico, procuraram atendimento em postos de saúde da capital paraense.
A chefe da Seção de Virologia do Instituto Evandro Chagas (IEC), a pesquisadora Luana Soares, explicou a ligação entre a falta de saneamento básico e a circulação do vírus. “Assim como outros vírus, o tipo de rotavírus que circula na população pode mudar. Quando um novo tipo, ou um tipo que não era detectado há algum tempo retorna, pode aumentar o número de casos”, afirma.
“Outro fator que pode estar associado ao alto índice na população pode ser a questão das mudanças climáticas. Recentemente, em algumas regiões da Amazônia, incluindo o Marajó, enfrentamos um período de seca e isso pode ter ocasionado a má conservação de água para consumo pela população e consequentemente ter provocado o aumento de casos de doença diarreica e se expandido para a capital”, pontua.
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A pesquisadora explica ainda que o rotavírus é um dos principais vírus que causam as doenças diarreicas agudas (DDA). “É altamente contagioso e muito comum em provocar diarreia grave, especialmente em crianças menores de cinco anos, porém pode atingir pessoas de qualquer faixa etária”, frisa.
A origem dessas doenças, na maioria dos quadros clínicos, se dá através da transmissão via fecal-oral (fezes e boca), por meio da ingestão de água e alimentos contaminados, bem como pela manipulação de objetos que têm a presença do vírus, tais como fralda ou brinquedos contaminados.
A chefe da Seção de Virologia do Instituto Evandro Chagas esclarece que a rotavirose (doença provocada pelos rotavírus) pode ser prevenida através da administração de vacina em crianças menores de seis meses, estando disponível gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde, aplicadas pela via oral em duas doses aos 2 e 4 meses de idade. “Outras formas de prevenção são manter bons hábitos de higiene, tais como a lavagem das mãos antes e depois de utilizar o banheiro, trocar fraldas, antes da amamentação, no momento de manipular ou preparar os alimentos”, destaca.
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DESIDRATAÇÃO
“Um dos principais sintomas da doença é a diarreia, que pode levar a desidratação e, em casos mais graves, ao óbito. Outros sintomas também podem ocorrer, tais como dor de cabeça, febre, náusea e dor de barriga. Geralmente é uma doença autolimitada, isto é, tem um determinado período de duração dos sintomas (7 a 14 dias), então o tratamento é baseado na reidratação do paciente (administração de soro caseiro, água, água de coco, sucos). Não é indicado o uso de medicamentos antimicrobianos e antidiarreicos”, aponta.
A especialista ainda alerta que a doença pode agravar, especialmente nas crianças. “Quando os episódios de diarreia e vômitos são frequentes e o paciente apresenta sinais de desidratação é indicado a busca pelos serviços de saúde para avaliação clínica e iniciar o tratamento e manejo adequado”, conclui
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