O ator Tony Ramos, 75, passou por uma cirurgia na região da cabeça depois do diagnóstico de hematoma subdural, nesta quinta-feira (16). Segundo o boletim médico mais recente divulgado pelo Hospital Samaritano, onde está internado no Rio de Janeiro (RJ), o artista está lúcido e seu estado de saúde é estável.
Um acúmulo de sangue que acontece entre o cérebro e o crânio é a maneira como a ciência define o problema. Segundo Guilherme Ribas, neurocirurgião do Hospital Israelita Albert Einstein, existem dois tipos de hematoma subdural: agudo e crônico. O primeiro é o tipo mais comum e costuma ocorrer imediatamente após um acidente, enquanto o crônico afeta mais pessoas idosas e, no geral, tem gravidade menor.
"O hematoma subdural agudo habitualmente é consequência imediata de traumatismos cranioencefálicos graves, como acidentes de carro e quedas de grandes alturas. O quadro crônico também pode ser provocado por traumas leves, daqueles que às vezes não são nem percebidos, e podem se manifestar até quatro semanas depois. Este ocorre principalmente em pessoas idosas e que tomam medicação anticoagulante", explica.
Segundo o neurocirurgião, pessoas mais velhas estão mais suscetíveis ao hematoma subdural crônico porque tendem a ter certo grau de atrofia cerebral, o que facilita o sangramento de veias que passam pelo cérebro. Os pequenos traumas podem culminar em acúmulo de sangue, que se desenvolve lentamente em um coágulo.
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Os sintomas do hematoma subdural crônico podem ser sutis, manifestando-se como uma sensação de desequilíbrio, oscilação de humor, dor de cabeça e déficit motor. Se tratado a tempo, o quadro pode ser revertido.
Os sinais de casos agudos, devido às circunstâncias, costumam ser mais intensos, como inconsciência, paralisia de um lado do corpo e outros problemas neurológicos.
Em caso de suspeita de hematoma subdural, é necessário buscar ajuda médica. O diagnóstico é realizado por exames de neuroimagem, como tomografia e ressonância magnética de crânio.
Em relação aos tratamentos disponíveis, Guilherme Ribas explica que o hematoma subdural agudo sempre implica em cirurgia, uma vez que é necessário realizar a drenagem dos coágulos formados na região do cérebro. "No caso do subdural crônico, o sangue acaba se misturando com o líquor e esse hematoma, depois de semanas, costuma estar liquefeito, então um pequeno orifício para retirá-lo é suficiente", diz.
Existe alternativa ao método cirúrgico, como a embolização da cápsula do subdural crônico, que funciona por meio de injeções, mas o tratamento é relativamente novo e traz resultados diferentes em cada paciente.
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"Para evitar o hematoma subdural agudo, é importante nos cercarmos de segurança para tentarmos evitar acidentes. Nos casos crônicos, é necessário ter sempre em mente que ele ocorre em idosos que usam anticoagulantes. Esses pacientes devem ser observados com muito cuidado no caso de qualquer queixa neurológica", afirma.
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