O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma condição do neurodesenvolvimento que começa a se manifestar na infância.
As causas do TDAH não estão totalmente claras, mas fatores genéticos e ambientais desempenham um envolvimento significativo. E tem como características principais a distração, impulsividade e hiperatividade, que podem estar associadas a outras condições como dislexia, discalculia, ansiedade e depressão.
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A médica psiquiatra Vitória Monteiro Fais, do Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), esclarece que a somatória de características pode ajudar a diferenciar comportamentos tidos como normais de sinais de TDAH. “Desorganização da vida de maneira geral, humor mais irritável, dificuldades escolares com foco e atenção, inquietação e falta de habilidades sociais são indicadores importantes”, explica.
Existem três tipos de TDAH: o predominantemente desatento, o predominantemente hiperativo e o combinado – ambos com as particularidades sugestivas pelos próprios nomes. Quanto aos níveis, a médica psiquiatra afirma que são baseados nas características clínicas de cada paciente.
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A médica diz que para que o diagnóstico seja feito em crianças, somente a partir dos cinco anos de idade, mas para adultos, os indicadores devem estar presentes desde antes dos doze anos. “Em alguns casos, a criança não disfarça, mas o adulto consegue fingir que está prestando atenção a determinada palestra, por exemplo”, acrescenta.
PILARES
O tratamento do TDAH baseia-se em pilares que incluem a medicação e a terapia. Nos casos de crianças e adolescentes, que rotineiramente frequentam o ambiente escolar, o acompanhamento é feito por psicopedagogos; já para o tratamento voltado para as emoções, deve ter a condução sobretudo na Terapia Cognitivo Comportamental (TCC).
“Há duas classes de medicamentos: estimulantes, que têm efeito no mesmo dia em que se toma, e não estimulantes, ocorrendo em um prazo diferente. A medicação, contudo, não é o único tratamento. A terapia, especialmente a Terapia Cognitivo Comportamental, é crucial e seu tempo depende da demanda do paciente”, detalha Fais.
Se o TDAH não começar a ser tratado na infância, pode trazer sérias consequências na vida adulta, com a possibilidade de dependência de substâncias químicas. “Pode haver transtornos dos impulsos e dependência, aumentando a possibilidade do uso de drogas lícitas e ilícitas, além de dificuldades em concluir estudos e manter empregos. O paciente com TDAH busca a recompensa imediata por causa da dopamina, o que afeta a distribuição típica de recompensas no cérebro”, destaca a médica.
As características vistas em meninos e meninas podem se apresentar de diferentes formas. “Os meninos apresentam mais inquietação e hiperatividade, enquanto as meninas tendem a ser mais distraídas, mas isso não é uma regra”, esclarece a psiquiatra.
Para distinguir o TDAH de uma simples hiperatividade infantil, Fais sugere observar se há um prejuízo significativo no dia a dia, se a criança se coloca em situações de risco, tem dificuldade de esperar, é desorganizada com itens pessoais e não consegue obedecer comandos sequenciais. “Existem também algumas atitudes que não associadas comumente ao TDAH, como alterações de sono e humor mais irritado que podemos levar em consideração”, finaliza.
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