Algumas doenças podem mudar completamente a rotina de pacientes, atividades diárias e até mesmo a percepção da realidade. Um dos repórteres mais queridos da TV, ganhou um documentário para falar mais sobre sua atual condição.
Estreou na última quarta-feira (4), no Globoplay, o documentário "Kubrusly: Mistério Sempre Há de Pintar por Aí". A obra revela a trajetória do jornalista Maurício Kubrusly, de 79 anos, após o diagnóstico de demência frontotemporal (DFT), uma doença neurodegenerativa que o afastou da TV Globo em 2019, encerrando uma carreira de 34 anos na emissora.
A DFT é um grupo de doenças progressivas que afetam o cérebro, especificamente as regiões frontal e temporal. Essa atrofia cerebral pode impactar comportamentos, emoções e a linguagem de diferentes maneiras, dependendo do tipo da doença.
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Os três tipos principais são:
- Variante comportamental: Afeta as emoções e o comportamento, tornando o paciente impulsivo, desinibido ou indiferente às necessidades dos outros.
- Variante semântica da afasia progressiva primária: Dificulta a compreensão de palavras e o reconhecimento de objetos, levando o paciente a esquecer significados básicos e construir frases sem sentido.
- Variante não fluente (ou agramática) da afasia progressiva primária: Prejudica a capacidade de falar de forma clara e fluida, até que, em estágios avançados, o paciente pode perder completamente a fala.
Como a DFT se diferencia de outras demências
Ao contrário do Alzheimer, que é conhecido por afetar principalmente a memória, a DFT está associada a mudanças de personalidade e comportamento. Outro fator distintivo é a faixa etária: enquanto o Alzheimer é mais comum após os 65 anos, a DFT geralmente atinge pessoas entre 45 e 65 anos, afetando uma população em pleno período ativo de suas vidas.
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Causas, diagnóstico e tratamento
A origem da DFT pode ser genética, mas nem sempre há antecedentes familiares. Estudos mostram que o acúmulo anormal de proteínas no cérebro, como TAU, FUS e TDP-43, leva à morte dos neurônios e ao surgimento dos sintomas.
O diagnóstico é feito por avaliação clínica, com apoio de exames de imagem. No entanto, a similaridade com distúrbios psiquiátricos, como depressão e bipolaridade, pode atrasar o diagnóstico.
Não há cura ou medicação específica para a DFT. Os tratamentos disponíveis visam aliviar os sintomas. A expectativa de vida varia entre 8 a 10 anos, podendo ser menor caso a demência esteja associada à Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA).
Maurício Kubrusly e o impacto da doença
Maurício Kubrusly marcou gerações com reportagens irreverentes e cheias de criatividade, como no quadro Me Leva Brasil. O documentário promete trazer uma perspectiva sensível sobre a jornada do jornalista e os desafios enfrentados pela sua família diante da DFT, além de jogar luz sobre uma condição ainda pouco conhecida pelo público.
A produção já está disponível no Globoplay e busca não apenas homenagear Kubrusly, mas também informar e conscientizar sobre a demência frontotemporal.
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