Todo início de novo ano traz junto também o chamado “inverno amazônico”, período em que as chuvas tornam-se mais frequentes e intensas, aumentando de forma significativa a umidade relativa do ar - para o absoluto terror de quem se vê mais suscetível a problemáticas do sistema respiratório em função desse ‘combo’.
Otorrinolaringologista e consultor da organização farmacêutica Glenmark, Fabrizio Ricci Romano explica que a umidade elevada pode favorecer o aumento de fungos, ácaros e mofo, principais desencadeadores de doenças alérgicas respiratórias.
Entre os problemas mais comuns estão a rinite alérgica, as crises de asma e a bronquite. “Essas crises podem favorecer o aparecimento de infecções respiratórias, como sinusites, gripes e resfriados. Além disso, pessoas com doenças crônicas podem apresentar piora dos sintomas, devido ao ar mais denso e ao ambiente propício à proliferação de alérgenos”, detalha o médico.
AR
Apesar da temperatura mais baixa, o ar-condicionado pode ser aliado, desde que seja utilizado com moderação e com a manutenção em dia, pois ajuda a reduzir a umidade do ambiente. “No entanto, o uso excessivo pode ressecar o ar e piorar os sintomas respiratórios. Recomenda-se sempre manter uma umidificação controlada e evitar temperaturas muito baixas. Também é importante manter sempre os filtros do aparelho limpos”, orienta Fabrizio.
O cuidado com o ventilador precisa ser redobrado, já que pode ser problemático se direcionado diretamente ao rosto ou corpo, pois espalha poeira e partículas irritantes. “Idealmente, deve ser usado para circulação indireta de ar e em ambientes bem limpos”, recomenda.
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Se o assunto é prevenção, o otorrino revela que a alimentação pode, sim, influenciar a saúde respiratória. Uma dieta rica em alimentos processados e açúcares, por exemplo, tende a aumentar processos inflamatórios e agravar quadros alérgicos, enquanto que alimentos que fortalecem o sistema imunológico, como frutas cítricas ricas em vitamina C, peixes ricos em ômega-3, vegetais e oleaginosas, podem ajudar a diminuir reações inflamatórias no corpo, contribuindo para um melhor controle dos sintomas.
“Para alérgicos e asmáticos, o uso de medicamentos prescritos por um médico, como antialérgicos, corticoides nasais e broncodilatadores, é fundamental para prevenir crises. Além disso, a lavagem nasal diária com soro fisiológico é uma medida simples e eficaz para manter as vias aéreas limpas. Em casos mais graves, imunoterapia (vacina para alergia) pode ser indicada para reduzir a sensibilidade aos alérgenos”, detalha.
PARA ENTENDER
Como manter um ambiente de casa ou de trabalho salubre em meio a tanta umidade:
- Ventilação natural: abrir janelas para promover a circulação de ar.
- Evitar tecidos pesados: cortinas de tecido leve e tapetes laváveis evitam o acúmulo de ácaros e mofo.
- Uso de desumidificadores: equipamentos ou soluções caseiras podem reduzir a umidade do ambiente.
- Revestimentos antimofo: aplicação de tintas ou produtos antimofo pode ser uma medida preventiva em locais com maior exposição à umidade.
Cuidados a serem tomados por quem tem alguma condição crônica – rinite, asma, etc
- Ambientes ventilados: mesmo com a alta umidade, é fundamental permitir a circulação de ar, evitando que o ambiente fique abafado e propício ao mofo.
- Limpeza regular: evitar acúmulo de poeira e lavar roupas de cama com frequência.
- Desumidificadores: usar desumidificadores ou até mesmo soluções caseiras, como recipientes com sal grosso ou sílica, para reduzir a umidade.
- Manutenção de tratamentos: pessoas com rinite e asma devem seguir rigorosamente o tratamento preventivo indicado pelo médico, evitando contato com desencadeadores alérgicos.
- Hidratação nasal: soluções de soro fisiológico ajudam a manter a mucosa hidratada e limpa.
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