
O ator Rafael Zulu virou assunto nas redes sociais recentemente após relatar que precisou ser hospitalizado por conta de uma arritmia cardíaca. Em suas redes, Zulu contou que vinha consumindo bebidas energéticas com frequência para dar conta da rotina intensa de trabalho e exercícios físicos. O episódio acendeu um alerta sobre os perigos do uso indiscriminado desse tipo de bebida, cada vez mais popular entre os brasileiros.
Segundo uma pesquisa recente da empresa de dados Kantar, o consumo de energéticos fora de casa cresceu 54% em apenas um ano no Brasil. O número impressiona, mas especialistas alertam: apesar da popularidade, os energéticos não são inofensivos — especialmente quando ingeridos em excesso.
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As bebidas energéticas costumam conter cafeína em níveis elevados, variando entre 80 a 160 mg por porção, além de outras substâncias estimulantes como a taurina. O excesso desses compostos pode provocar efeitos adversos no organismo, principalmente no sistema cardiovascular. Entre os principais riscos estão o aumento da frequência cardíaca, hipertensão arterial, arritmias, a chamada “síndrome do coração partido” e, em casos mais graves, até complicações fatais.
Energéticos fazem mal à saúde?
De acordo Juliana Filgueiras Medeiros, médica cardiologista e professora na Universidade São Judas Tadeu, o consumo excessivo ou irregular de energéticos pode sim causar prejuízos à saúde. A alta concentração de cafeína e açúcar afeta diretamente o coração, elevando a pressão arterial e provocando taquicardias. Em situações mais sérias, pode levar a arritmias como a fibrilação atrial.
“Se a pessoa já tem algum problema cardíaco, sofre de ansiedade ou tem insônia, o ideal é evitar completamente”, alerta a cardiologista.
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Efeitos colaterais variam, mas podem ser graves
Os efeitos colaterais dos energéticos variam de pessoa para pessoa, mas os mais comuns incluem insônia, aumento da pressão arterial, batimentos cardíacos irregulares, ansiedade exacerbada e dor de cabeça.
Em casos extremos, há relatos de desidratação severa, crises convulsivas e até parada cardíaca — embora geralmente associadas ao consumo combinado com álcool ou drogas.
Quem deve evitar?
Pessoas com histórico de problemas cardíacos, como hipertensão, arritmias ou insuficiência cardíaca, devem evitar energéticos. A recomendação também vale para quem sofre de transtornos de ansiedade, pânico ou distúrbios do sono. Crianças e adolescentes, cujo sistema nervoso ainda está em desenvolvimento, também não devem consumir. A Sociedade Brasileira de Cardiologia Pediátrica orienta que menores de 18 anos evitem completamente esse tipo de bebida.
Gestantes e lactantes também devem ficar longe dos energéticos, já que a cafeína pode atravessar a placenta e afetar o bebê. Idosos também estão entre o grupo de risco, pois os efeitos colaterais — como tontura, arritmia e alterações na pressão arterial — podem ser mais intensos nessa faixa etária.
O que acontece com quem consome energético diariamente?
Juliana alerta que o consumo diário pode levar à dependência de cafeína, além de sintomas de abstinência como dor de cabeça, irritabilidade, cansaço e dificuldade de concentração. “O corpo se acostuma com a dose e vai exigindo cada vez mais para obter o mesmo efeito”, explica.
Além disso, o uso contínuo sobrecarrega o sistema cardiovascular, aumentando a pressão arterial e os batimentos cardíacos, o que pode evoluir para arritmias graves ou até insuficiência cardíaca. O alto teor de açúcar presente nessas bebidas também favorece o ganho de peso e eleva o risco de desenvolver diabetes.
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