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SEGUNDO ESTUDOS CIENTÍFICOS

Comer biscoito recheado pode custar até 39 minutos de vida

Pesquisa inédita da USP quantifica quanto tempo de vida se perde ou se ganha com alimentos populares no Brasil e propõe diretrizes que integram saúde e sustentabilidade.

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Imagem ilustrativa da notícia Comer biscoito recheado pode custar até 39 minutos de vida camera Apesar de populares, os biscoitos recheados lideram a lista dos alimentos que mais reduzem o tempo de vida saudável, segundo estudo da USP. | Reprodução/Freepik

A pressa do dia a dia muitas vezes nos empurra para escolhas alimentares rápidas, práticas e, quase sempre, prejudiciais. Mas, e se fosse possível saber exatamente quanto tempo de vida estamos ganhando ou perdendo a cada mordida? Foi essa pergunta que motivou um grupo de nutricionistas da Universidade de São Paulo (USP) a transformar dados sobre alimentação em um relógio da saúde.

O estudo, publicado nesta sexta-feira (9) no International Journal of Environmental Research and Public Health, analisou 1.141 alimentos comuns na mesa dos brasileiros, associando cada porção consumida a minutos de vida saudável ganhos ou perdidos. O cálculo foi feito com base no Índice Nutricional da Saúde (Heni), criado para mensurar não só os efeitos à saúde humana, mas também o impacto ambiental de cada item avaliado.

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Em média, os alimentos mais consumidos no Brasil resultaram em uma perda de 5,89 minutos de vida saudável por porção. A variação foi expressiva: enquanto o biscoito recheado liderou a lista negativa com -39,69 minutos por porção, o peixe de água doce foi o campeão positivo, somando 17,22 minutos à expectativa de vida com saúde. “Essas descobertas reforçam a necessidade de diretrizes alimentares que considerem a sustentabilidade e a realidade regional”, afirma o relatório da pesquisa.

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ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS

A pesquisa também jogou luz sobre os vilões da dieta brasileira: os alimentos ultraprocessados. Eles não só dominaram os piores desempenhos no ranking nutricional, como também apareceram em 13% da ingestão calórica média diária. “O Heni médio dos sete ultraprocessados mais presentes foi de -16,61 minutos”, apontam os pesquisadores, reforçando a já conhecida associação entre produtos altamente industrializados e riscos à saúde.

Além dos biscoitos recheados, outros itens que mais roubaram tempo de vida foram carne suína (-36,09), margarina (-24,76), carne bovina (-21,86) e biscoitos salgados (-19,48). Já entre os alimentos que mais contribuíram para a longevidade saudável estavam a banana (+8,08 minutos) e o feijão (+6,53 minutos), além do já citado peixe.

SUSTENTABILIDADE E ALIMENTAÇÃO

O levantamento também considerou os impactos ecológicos da produção alimentar, analisando emissão de gases de efeito estufa e o uso de água. A carne bovina, por exemplo, teve um dos piores desempenhos ambientais, com emissões de até 21,3 kg de CO₂ equivalente por porção. A pizza de muçarela, por sua vez, consumiu 306,1 litros de água por unidade, liderando em desperdício hídrico.

Por outro lado, o feijão destacou-se como uma alternativa promissora: com alto valor nutricional, baixa emissão de carbono e uso reduzido de água, ele se consolidou como um símbolo de saúde e sustentabilidade.

ESCOLHAS ALIMENTARES

Os dados revelam que, embora alimentos como arroz, feijão, carne e frutas - considerados in natura - ainda dominem a mesa brasileira, há espaço para reavaliações urgentes nas recomendações alimentares. Para os autores do estudo, "ao destacar os minutos de vida associados a cada alimento, o estudo aproxima o impacto das escolhas alimentares da realidade cotidiana".

A pesquisa propõe que esses indicadores possam guiar políticas públicas e fomentar uma nova abordagem alimentar que integre saúde, cultura e responsabilidade ambiental - transformando cada refeição em uma escolha consciente para o futuro.

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