
Nas prateleiras dos supermercados, cada vez mais produtos ostentam o selo “sem glúten” e, ao mesmo tempo, é considerável o número de pessoas que eliminam essa proteína do cardápio na esperança de emagrecer, melhorar a digestão ou levar uma vida mais saudável. Mas o que muitos não sabem é que, ao fazer essa mudança sem necessidade clínica e sem acompanhamento profissional, o efeito pode ser o oposto: deficiências nutricionais, desconfortos e prejuízos à saúde em geral.
De acordo com a nutricionista Valéria Santos, o glúten tem uma função importante no preparo dos alimentos. “O glúten faz parte do grupo de proteínas, mas, mais especificamente, ele serve para dar elasticidade e maciez à preparação da qual fará parte, como massas e pães. Isso porque possui as proteínas gliadina e glutenina, que desenvolvem essa função”.
Apesar de a exclusão do glúten ter ganhado popularidade, principalmente no meio fitness, “retirar o glúten da alimentação pode causar algumas desvantagens nutricionais, porque ele também carrega, junto ao alimento que irá ser consumido, fibras, vitaminas e nutrientes importantes. Ou seja, se retirado da alimentação, provavelmente a pessoa terá deficiência nutricional e apresentará quadros que podem ir de simples tonturas, fraqueza até a necessidade de suplementar o nutriente em deficiência”, alerta.
Entre as inverdades mais comuns relacionados ao consumo de glúten, Valéria cita a ideia de que ele engorda ou causa inflamações, já que alguns “coaching” consideram que excluir o elemento da dieta faz com que emagreça, ou também que consumindo glúten a digestão não é a mesma. “Isso tudo não passa de mitos. O glúten de fato só será o vilão se a pessoa apresentar doença celíaca, que é uma condição autoimune de alergia ao glúten, ou uma sensibilidade, que é a famosa intolerância”, detalha.
O inchaço, por outro lado, neste caso, está relacionado à reação adversa e há sinais que podem indicar essa intolerância ou sensibilidade, afirma a especialista; além dele, estão as dores abdominais, gases e dor de cabeça após o consumo de alimentos com glúten. Já nos casos de doença celíaca, os sintomas são mais graves: diarreia crônica, constipação, perda de peso e dor abdominal.
“A alergia ao glúten realmente pode ocasionar quadros sérios se não for seguida uma dieta rigorosa, já a intolerância a glúten pode levar a dores abdominais, e pode ser controlada através de dieta também controlada”, acrescenta.
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Para quem realmente precisa evitar o glúten, há boas alternativas naturais e nutritivas. “Pode-se fazer a substituição por outras proteínas como ovos, leites e derivados, leguminosas como feijão, lentilha, grão-de-bico e soja. Para quem deseja fazer massas, pães e bolos, pode substituir o trigo por farinha de aveia, farinha de arroz, polvilho, fécula de batata e goma de tapioca”, orienta.
A recomendação da especialista é clara: o glúten não deve ser cortado da dieta sem motivo e acompanhamento nutricional. Mas, para quem precisa cortá-lo da dieta, Valéria compartilha duas receitas simples e saborosas para quem quer evitar o glúten sem abrir mão do prazer de comer bem (veja no box).
Receitas
Pão de queijo com dois ingredientes
- 100g de goma de tapioca
- 30g de mussarela
Misturar até virar uma massa homogênea, modele em bolinhas e leve à airfryer ou ao forno por 15 minutos a 200°C.
Brownie sem glúten
- 2 ovos
- 1 xícara e meia de açúcar
- Meia xícara de óleo
- Meia xícara de cacau em pó
- Meia xícara de farinha de aveia ou amêndoas
- Meia colher de fermento químico
Misture tudo até formar uma massa homogênea, despeje em uma forma untada e leve ao forno por 30 minutos a 180°C.
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