
Dores de cabeça persistentes, lesões nos ossos ou na pele e sintomas que podem passar despercebidos em um primeiro momento. Essas são algumas das manifestações de uma condição rara, mas que merece atenção: o granuloma eosinofílico, uma forma localizada da histiocitose de células de Langerhans — doença de origem imunológica que pode afetar crianças e adultos jovens. Embora seja considerada benigna na maioria dos casos, o diagnóstico nem sempre é simples e o tratamento varia de acordo com a extensão do problema.
Foi justamente esse o diagnóstico que surpreendeu a família do adolescente Yhudy, de 14 anos, filho do cantor Wesley Safadão com Mileide Mihaile. Após se queixar de dores de cabeça, ele passou por exames que identificaram um tumor ósseo no osso parietal do crânio. Na última sexta-feira (19), precisou passar por uma cirurgia de emergência para retirada da lesão e recebeu alta hospitalar três dias depois.
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O tumor identificado em Yhudy é um granuloma eosinofílico, forma benigna da histiocitose de células de Langerhans (HCL). A condição acontece quando há uma mutação — de causa ainda desconhecida — que leva à multiplicação anormal das células de Langerhans, que fazem parte do sistema imunológico. Quando essas células se acumulam em determinada parte do corpo, podem formar uma lesão tumoral, como no caso do adolescente.
Segundo o hematologista Anderson Felipe da Silva, do Hospital Orizonti, a HCL é uma doença heterogênea, que pode afetar diferentes órgãos do corpo, como ossos, pele, linfonodos, pulmões e até o sistema nervoso central. "O osso é um dos órgãos mais acometidos", explica. Quando atinge apenas um local, como no caso de Yhudy, o prognóstico tende a ser positivo, com tratamento cirúrgico e sem necessidade de quimioterapia.
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A doença é considerada rara, mas aparece com mais frequência em crianças, especialmente entre os 5 e 10 anos de idade, embora também possa acometer adultos jovens por volta dos 30 anos. O diagnóstico costuma ser desafiador, justamente por seus sintomas se confundirem com os de outras doenças mais comuns. Por isso, a persistência das queixas, como dor de cabeça constante ou lesões que não cicatrizam devem sempre ser sinais de alerta.
A confirmação geralmente é feita por biópsia da área afetada. No caso de lesões ósseas, a coleta do material é feita diretamente no osso comprometido. Quando a doença está restrita a um único órgão, como um osso ou a pele, o tratamento costuma ser localizado — geralmente com cirurgia. Já em casos sistêmicos, que envolvem múltiplos órgãos, pode haver necessidade de tratamento com medicamentos ou quimioterapia.
O caso de Yhudy serve de alerta para pais, médicos e cuidadores: sintomas persistentes não devem ser ignorados. Apesar de rara, a histiocitose de células de Langerhans tem tratamento e o diagnóstico precoce pode fazer toda a diferença.
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