
A correria do dia a dia pode gerar diversos sintomas no corpo que em maior ou menor escala, se tornam prejudiciais. Conciliar trabalho, vida familiar e social nem sempre é fácil e pode gerar sintomas de ansiedade, fadiga e até mesmo outras condições que à primeira vista podem não se externalizar.
Aquela dor de estômago persistente, o refluxo que piora à noite ou a prisão de ventre frequente podem ter uma causa invisível: o estresse. De acordo com a Organização Mundial de Gastroenterologia, entre 60% e 70% dos pacientes com queixas gastrointestinais apresentam fatores emocionais associados, como ansiedade, estresse crônico e tensão acumulada.
A relação entre mente e intestino é tão intensa que a ciência já apelidou o sistema digestivo de “segundo cérebro”. Isso porque o intestino possui uma extensa rede de neurônios, o sistema nervoso entérico, que se comunica diretamente com o cérebro por meio de um eixo.
“O estresse afeta diretamente o funcionamento do sistema digestivo. A liberação de cortisol, por exemplo, pode alterar o trânsito intestinal, aumentar a produção de ácido gástrico e reduzir a eficácia da digestão”, explica o gastroenterologista da Hapvida, José Marcos Costa. “É por isso que, diante de situações emocionais intensas, muitas pessoas desenvolvem sintomas como azia, náusea, dores abdominais ou constipação”, complementa.
Quer mais notícias sobre Saúde? Acesse nosso canal no WhatsApp
Além de provocar sintomas pontuais, o estresse pode agravar quadros crônicos, como síndrome do intestino irritável, gastrite e refluxo gastroesofágico. Segundo pesquisa publicada no Journal of Neurogastroenterology and Motility, pacientes com altos níveis de ansiedade apresentam até três vezes mais chances de desenvolver refluxo, mesmo sem lesões detectáveis no esôfago.
Para o especialista, o acompanhamento médico é essencial quando os sintomas deixam de ser pontuais e passam a interferir no bem-estar diário. “Muitas pessoas procuram ajuda tardiamente, achando que os sintomas são apenas consequência de uma má alimentação. Mas, em boa parte dos casos, o problema é multifatorial, envolvendo a saúde emocional. É fundamental buscar orientação médica quando há desconforto persistente, alterações no hábito intestinal ou dores frequentes”, orienta o gastroenterologista.
Como proteger o sistema digestivo dos efeitos do estresse
Manter uma alimentação equilibrada, rica em fibras e pobre em ultraprocessados, é um primeiro passo. Reduzir o consumo de álcool, cafeína e alimentos muito gordurosos também ajuda. A prática regular de atividades físicas melhora o trânsito intestinal e contribui para a regulação do humor. Além disso, é essencial reservar momentos do dia para relaxamento, desconexão e autocuidado. Em casos de sobrecarga emocional, o apoio psicológico deve ser considerado parte do tratamento.
“O intestino responde ao nosso estado emocional de forma imediata. Muitas vezes, ele dá sinais antes mesmo de termos consciência de que algo não vai bem. Por isso, é essencial olhar para o corpo como um todo. Cuidar da mente é também cuidar dos aspectos gástricos”, finaliza o médico.
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar