Em um momento em que a vigilância sobre doenças respiratórias volta a crescer em várias regiões do país, o Pará se prepara para receber um importante reforço na proteção de gestantes e recém-nascidos. O estado será contemplado com 33.050 doses da nova vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR) — uma das principais causas de bronquiolite e pneumonia em bebês — integrando o primeiro lote distribuído pelo Ministério da Saúde. A chegada dos imunizantes às Unidades Básicas de Saúde promete acelerar a estratégia de prevenção antes do pico sazonal de infecções.
O envio ao Pará faz parte da distribuição das 673 mil doses iniciais adquiridas pelo governo federal. A vacinação começará imediatamente após o recebimento pelas secretarias estaduais e municipais, com aplicação prevista ao longo de todo o mês de dezembro. Ao todo, o Ministério da Saúde comprou 1,8 milhão de doses neste primeiro momento, em um investimento de R$ 1,17 bilhão, anunciado nesta terça-feira (25) pelo ministro Alexandre Padilha.
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A vacina, agora integrada ao Calendário Nacional de Vacinação da Gestante, será aplicada a partir da 28ª semana de gravidez, com foco na proteção dos bebês menores de 6 meses. A meta é alcançar pelo menos 80% do público-alvo. Além das doses previstas para 2025, o Ministério planeja adquirir outras 4,2 milhões até 2027.
A oferta pelo SUS — onde o imunizante chega a custar até R$ 1,5 mil na rede privada — só foi possível graças a um acordo entre o Instituto Butantan e o laboratório fabricante, que garantiu a transferência de tecnologia. Assim, o Brasil passará a produzir integralmente a vacina, assegurando autonomia e regularidade no abastecimento nacional.
“O Ministério da Saúde fez uma grande transferência de tecnologia para garantir que essa vacina seja nacionalizada e ofertada no SUS pelo Instituto Butantan. A campanha começa já em dezembro, convocando todas as gestantes a partir da 28ª semana”, afirmou o ministro Padilha. O anúncio ocorreu durante um café da manhã com lideranças religiosas, parte da estratégia de ampliar o diálogo com a sociedade e combater a hesitação vacinal.
Com a chegada das doses às UBS, as equipes devem atualizar o cartão de vacinação das gestantes, incluindo imunizantes como influenza e covid-19, que podem ser aplicados simultaneamente à vacina contra o VSR.
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Por que a vacina é importante?
O VSR é responsável por 75% dos casos de bronquiolite e por 40% das pneumonias em crianças menores de dois anos. A vacinação materna protege diretamente o recém-nascido nas primeiras semanas de vida, reduzindo hospitalizações. Em 2025, até 15 de novembro, foram registrados 43,1 mil casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por VSR no país — 82,5% deles em crianças abaixo de dois anos.
Não há tratamento específico para a bronquiolite viral, sendo o manejo baseado em terapia de suporte, oxigênio quando necessário, hidratação e broncodilatadores.
Quem deve se vacinar?
- Todas as gestantes, a partir da 28ª semana de gestação
- Uma dose por gravidez
- Sem restrição de idade
Estudos, como o Matisse, mostram eficácia de 81,8% na prevenção de quadros respiratórios graves por VSR nos primeiros três meses de vida do bebê.
Avanços na cobertura vacinal
O Ministério da Saúde destacou que 15 das 16 vacinas do PNI registraram aumento na cobertura em 2025, revertendo a queda iniciada em 2016. Mobilizações como o Dia D, vacinação nas escolas e abastecimento regular contribuíram para o avanço. A tríplice viral manteve o país com a certificação de livre do sarampo, reconhecida pela OMS.
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