Você é o tipo de pessoa que não pode sentir uma dor de cabeça ou de barriga que corre para o Google para descobrir que doença pode ser? Fique atento para essa facilidade que pode, na verdade, se tornar uma vilã.

Uma dor de cabeça, por exemplo, no campo de busca do Google pode trazer diagnósticos de febre, dengue, meningite, AVC e tantas outras patologias que podem preocupar sem necessidade ou, no pior dos casos, passar uma falsa sensação de tranquilidade. Esse comportamento está fazendo com que os médicos fiquem preocupados com o que eles estão chamando de "cibercondríacos", aqueles pacientes que se auto diagnosticam por meio de pesquisas na internet.

Uma pesquisa realizada com 570 médicos registrados na Doctoralia, plataforma de agendamento de consultas, mostrou que 73% deles foram questionados por pacientes sobre saúde, em 2018. No final, descobriram que os questionamentos eram apenas boatos, ou seja, cada vez mais as pessoas procuram diagnósticos na internet e recebem informações que não são corretas.

"Todo site sério sobre saúde ressalta, de uma forma ou outra, que as informações contidas ali não substituem uma consulta médica. Aqui mora o principal problema das pesquisas na internet: as informações sobre uma condição de saúde ou doença disponíveis online muitas vezes são tratadas como diagnóstico pelo usuário", diz o Dr. Frederic Llordachs, médico co-fundador da Doctoralia.

De acordo com a pesquisa, 87% dos médicos atribuem esse aumento aos novos canais de comunicação imediatos (WhatsApp, redes sociais, etc) que permitem a difusão mais rápida dos boatos. As razões que levam as pessoas a pesquisarem seus sintomas na internet vão desde a comodidade até a ansiedade, passando pela dificuldade de atendimento.

"Além de informações que podem estar erradas, ainda há casos em que a informação passada por um parente ou amigo, ganha um ar de credibilidade falso e perigoso. Mesmo quando um diagnóstico é feito em consultório, nem sempre é conclusivo e rápido, ou seja, a saúde merece atenção e cuidado", explica Dr. Frederic.

Sobre as maiores dúvidas, os médicos puderam escolher mais de um tema na resposta, e entre os entrevistados, os maiores boatos surgem sobre as terapias alternativas. Nesse contexto, 62% dos profissionais são procurados por dúvidas dessa natureza. Em segundo lugar ficam as dúvidas sobre alimentação (45%), seguidas de questões sobre câncer (38%), efeitos adversos de medicamentos (34%), sexualidade (15%), dores (11%), intoxicação por medicamentos (10%) e outras naturezas que somam 7% dos questionamentos.

Foto: Reprodução

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