Devido a pandemia do novo coronavírus e a medida de distanciamento social como forma de prevenir a doença, as pessoas em geral passaram a usar mais a tecnologia em todo o mundo. Os smartphones vivaram artigos essenciais nesta realidade. Porém, especialistas alertam sobre os problemas de saúde que podem ser adquiridos pelo uso excessivo do produto.
Coordenadora do curso de psicologia da Universidade da Amazônia (Unama), a professora Luiza Aquime explica que o uso em excesso dos aparelhos celulares é visto como uma forma de recompensa, na qual o cérebro encara a atividade como algo prazeroso. “A partir dessa quantidade de acesso é que se pode virar ou gerar um estado de dependência. O cuidado maior que se precisa ter é realmente com o tempo de uso desses aparelhos”, afirma.
Segundo ela, é possível perceber esse tipo de dependência tecnológica quando o uso do aparelho começa a gerar no dia a dia certos transtornos. “Entre os sinais estão um desconforto grande porque o celular está off-line ou porque esqueceu de sair com o aparelho, deixou algumas horas desconectado, tudo que gera essa ansiedade na pessoa é um alerta de que algo está acontecendo”, diz Luiza.
Pelas ruas é comum ver gente andando distraída do ambiente ao redor, mas focada no mundo virtual através das telas dos smartphones. A atendente Patrícia Oliveira, 22, assume que tem um certo “vício” em celular. “Eu passo a maior parte do dia com ele na mão, até mesmo por conta do trabalho. Mas sempre estou conectada olhando as redes sociais e interagindo com as pessoas pelo celular”.
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Já o técnico em eletrônica Cleberson Silva, 32, disse que para ele o celular é apenas uma ferramenta de trabalho. “Como trabalho nessa área de assistência, uso o celular mais pela necessidade mesmo de ficar pesquisando valores, produtos e peças. Mas quando chego em casa eu deixo ele de lado para fazer outras coisas e só pego no outro dia”, garante.
As redes sociais são atrativos para Valdirene Cardoso, que não se considera viciada em celular. Para ela, o uso do aparelho tem hora. “Claro que hoje a gente precisa estar informado e também relaxar um pouco para esquecer de todos os problemas e o celular nessa parte me ajuda bastante. Apesar de gostar muito de estar no Facebook sempre evito ficar horas conectada. É preciso viver também o nosso real”, diz.
Uma pesquisa feita nos Estados Unidos e citada pela professora Aquime apontou que, em 2011, 72% das famílias americanas possuíam aparelhos celulares em casa. Em 2017 o percentual de pessoas que usavam celulares de uma mesma família saltou para 98%. “Aqui no Brasil esses números não são diferentes. Vale ressaltar também que hoje, no país, as pessoas estão passando em média três horas e quatorze minutos do seu dia usando celular”
Serviço
Confira algumas orientações dadas pela professora Luiza Aquime para evitar consequências na saúde devido ao uso excessivo do celular
- Mudança de hábito: “Essa mudança começa em reduzir o tempo de uso do aparelho. Quando eu digo reduzir o tempo me refiro, por exemplo, as redes sociais, onde as pessoas costumam ficar maior parte do tempo, caso não seja essencial para desempenhar um trabalho”.
- Desinstalar aplicativos: “Às vezes as pessoas possuem um grande número de aplicativos instalados em seu aparelho e ficam correndo de um para o outro para saber o que está acontecendo e que dá esse prazer para o cérebro”.
- Evitar usar o celular antes de dormir: “Se você já está se preparando para o sono deve-se evitar pegar o celular. Quando você começa a usar o aparelho antes de dormir a possibilidade de ficar mais tempo é muito maior. Então procure deixar seu aparelho guardado e longe dos olhos”.
- Desligar o aparelho: “Talvez o mais difícil para todos é desligar este aparelho por um período. Sabemos que definir limites não é fácil, mas é necessário para a saúde mental essa diminuição do uso excessivo do celular”.
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