Os meios de pagamentos digitais ganham cada vez mais espaço no comércio, seja por praticidade ou segurança. O Pix, por exemplo, criado em novembro de 2020, registrou uma forte e rápida adesão dos brasileiros, além de ser o meio de pagamento mais utilizado no país atualmente. O fato coincide com a queda acentuada da circulação de dinheiro em espécie.
A “praticidade”, termo escolhido pelos entrevistados, revela que para eles a simplicidade das transferências, além da rapidez na confirmação do pagamento, faz com que os pagamentos digitais sejam bem recebidos. A “segurança” é uma menção ao fato de que andar com dinheiro no bolso é mais perigoso e chama atenção de pessoas mal-intencionadas.
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"A maioria dos clientes prefere pagar no Pix ou no cartão, seja débito ou crédito, e isso também nos ajuda com a questão da segurança, evita assaltos. Além do mais, ajuda também com o troco, porque eles já pagam o valor com a fração correta”, revela o frentista Adriano Araújo, 33.
Segundo ele, a segurança que os pagamentos digitais proporcionam compensa junto à praticidade. Ainda de acordo com o frentista, o aumento de pagamentos via Pix e cartão foi percebido a partir de 2020, ano que a pandemia da Covid-19 parou o mundo.
“O cuidado com a higiene cresceu por conta do risco de contaminação, não é? Então, isso também influenciou, tem gente que evita pegar dinheiro hoje em dia, é mais higiênico”, alega.
Segundo o Banco Central, entre 2020 e 2021, houve uma diminuição de 8,5% na circulação de dinheiro. A tendência é que se mantenha na comparação entre os anos 2021 e 2022.
Comprovando os dados, o taxista Adlley Ruan de Melo, 28, que trabalha em um ponto localizado na Praça Brasil, no bairro do Umarizal, em Belém, comenta que, muitas vezes, os clientes o procuram para trocar notas altas, mas não tem como ajudá-los porque dinheiro em espécie tem ficado cada vez mais escasso.
Em contrapartida, para o taxista, a praticidade e segurança que os pagamentos digitais trazem é o ponto alto para a preferência. “A praticidade é o que me faz preferir receber o pagamento pelo serviço de forma virtual. Fora isso, tem a segurança de não estar rodando com dinheiro também”, revela.
Lojista já perdeu quantia alta em assalto
A segurança é um dos fatores que influenciam muito na boa receptividade dos pagamentos digitais para os comerciantes.
Dono de uma loja de roupas no centro comercial de Belém, Hícaro Carneiro, 30, recentemente foi assaltado a caminho da sua empresa. Na abordagem, os criminosos o seguiram até o carro do empresário e levaram uma boa quantia em dinheiro, parte da renda do estabelecimento.
“Aqui os clientes preferem pagar no Pix e a gente prefere receber também. A circulação de dinheiro ainda existe, mas é bem menor. Fui assaltado recentemente e acredito que os pagamentos digitais inibem a ação dos bandidos porque é muito mais fácil rastrear serviços como transferência de uma conta para outra e encontrá-los”, conta.
Se por um lado a tecnologia tem transformado os sistemas financeiros ao redor do mundo, com o avanço do uso do Pix e de cartões, algumas pessoas ainda têm uma relação com o dinheiro parecida com a de Jean Carlos Lisboa, 50, vendedor ambulante. Jean afirma que já criou uma chave Pix, mas a conta é pouco movimentada e ainda falta ir ao banco desbloquear.
“As pessoas pagam muito no Pix, mas ainda prefiro vender e receber o valor no dinheiro, até porque já criei a chave, mas ainda tem que ir ao banco desbloquear a conta. Além do mais, os pagamentos nos cartões não compensam por conta das taxas. O dinheiro para mim é mais prático, recebo, vou ali e compro ou pago o que eu quero na hora”, opina.
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