Roubos e furto de celulares estão cada vez mais comuns nas grandes capitais do Brasil. Além do valor de revenda dos aparelhos, criminosos se aproveitam das informações armazenadas nos smartphones para aplicar golpes financeiros. Pensando na segurança, o recurso do Android e do iPhone para rastrear o aparelho e localizar o endereço em que o dispositivo roubado está.
Porém, isso não significa que a polícia tem autorização para ir até o local recuperá-lo, principalmente se o celular estiver no interior de numa residência.
Se o localizador do telefone indicar um imóvel residencial, não é possível que agentes de segurança entrem no local. Isso só se torna possível com autorização da Justiça.
"Para entrar em qualquer casa, precisa de um mandado judicial. Isso demanda um tempo, uma investigação e o levantamento de provas para demonstrar ao juiz de que há indícios que o local possui algo ilícito", explica, Daniel Borgues, delegado da 1ª Seccional do Centro de São Paulo
Localização informada no GPS nem sempre é exata
Ainda segundo as autoridades, a confiabilidade do rastreio é outro problema. Um GPS indicar a localização de um prédio não adianta muito se os agentes não sabem qual a sala comercial onde o aparelho se encontra.
"Quando a gente pega um rastreio, por mais que possa ser considerado exato, ele é passível ao erro e indica um raio de atuação. Vamos supor que o rastreador nos dê a localização num prédio na [rua] Guaianases com 40 apartamentos. Eu preciso de 40 mandados. É nisso que está a dificuldade", explica Borgues.
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Além disso, o delegado explica, se os policiais entrarem em um apartamento errado, podem responder por abuso de autoridade e violação de domicílio.
"Se eu tivesse um rastreador com 100% de certeza, eu teria uma hipótese de flagrante pelo menos pelo crime de receptação, o que autoriza a polícia. Mas não se pode dizer com exatidão que o celular está naquele imóvel", ressalta.
A recomendação da polícia é que ninguém deve usar o endereço informado pelo GPS sozinho. Em caso de roubo ou furto, é necessário registrar sempre um boletim de ocorrência. Só assim as autoridades poderão iniciar uma investigação para tentar rever o aparelho.
"A polícia deve trabalhar de acordo com as regras. A pessoa não deve fazer isso de suas próprias maneiras. Todos devem procurar a polícia e registrar o fato para deixar com a gente", ressalta o delegado Borgues.
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