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O melhor do PS2: Rappers quebram o pau em ‘Def Jam

Você gosta de rap norte-americano e seus derivados? Não? Nem eu. Curte artistas como Snoop Dogg, Ice-T, Ludacris, D-Mob, Busta Rhymes e Ghostface Killah? Muito menos eu. Mas nem por isso você deve deixar de jogar ‘Def Jam: Fight for New York’ (2004), d

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Você gosta de rap norte-americano e seus derivados? Não? Nem eu. Curte artistas como Snoop Dogg, Ice-T, Ludacris, D-Mob, Busta Rhymes e Ghostface Killah? Muito menos eu. Mas nem por isso você deve deixar de jogar ‘Def Jam: Fight for New York’ (2004), da EA Games. Pra quem não curte o estilo, será uma chance e tanto de dar uma sova nesses caras que adoram posar de machões e fazer rimas pobres, forçadas e repetitivas. Pra quem curte, o jogo também é ótimo, já que a trilha sonora é toda feita com músicas dos astros que fazem parte do game.

‘Def Jam: Fight for New York’ é um dos jogos de luta mais originais desde que surgiu ‘Street Fighter II’, em 1990, e ‘Virtua Fighter’, em 1993. Mas, diferente destes dois títulos, cujas fórmulas foram reproduzidas indefinidamente pelos anos que se seguiram, ‘Def Jam’ permanece até hoje sem imitações.

‘Fight for New York’ é uma evolução de ‘Def Jam: Vendetta’ (2003), um jogo de wrestler ruinzinho que passaria despercebido se não fosse um fato curioso: o game reúne nomes conhecidos no rap norte-americano se degladiando como se estivessem em um episódio do ‘Celebrity Deathmatch’, da MTV.

O game seguia as regras dos jogos de wrestler tradicionais, como ‘Slam Masters’ (jogo de 1986 que, por curiosidade, trazia Haggar, de ‘Final Fight’, brincando de luta livre). Em comum, estes jogos de wrestler traziam a ridícula regra do ‘pin’, pela qual um lutador agarrado por três segundos era obrigado a se render (Desistir por causa de três segundos? Só se for por não aturar a ‘nhaca’ do adversário! Até parece que esses caras não assistiram ao filme ‘Retroceder nunca, render-se jamais’, clássico da década de 1980 com Van Damme na pele de um carateca bad-boy!)

‘Fight of New York’ joga fora as tolas regras da luta livre (que funcionam muito mais na TV) e coloca os oponentes para disputar verdadeiros combates de vale-tudo. E, neste caso, é vale-tudo mesmo – e não a competição hoje conhecida como MMA, “mixed martial arts”, que não permite coisas à toa como chutes na virilha e dedo no olho.

CONFIRA AQUI A GALERIA DE IMAGENS DO JOGO

Excetuando ‘Mortal Kombat’ e seus derivados, ‘Def Jam: Fight for New York’ é um dos jogos de luta mais violentos e cruéis da história do PS2. Praticamente todas as possibilidades de causar dor em um ser humano, em um combate corpo a corpo, estão lá. Além de usar os braços, pernas, mãos, cotovelos, joelhos e a cabeça (certamente, não para pensar), os quase 100 lutadores do jogo ainda podem utilizar os mais variados objetos encontrados no cenário: garrafas, canos, paus, martelos, chaves inglesas, tacos de bilhar, tijolos e até uma escova de cabelo!

Some-se a esse arsenal a possibilidade de utilizar os cenários para acertar os adversários e aumentar o derramamento de sangue. Você pode jogar o adversário em uma grade, agarrar a cabeça dele e tascar no vidro de um carro, atirá-lo no arame farpado, enterrar sua cabeça em uma caixa de som ou numa lâmpada, entre outras coisas. O “cardápio” varia de acordo com o cenário, mas o mais cruel – mais até do que derrubá-lo no trilho do metrô para fazer uma viagem sem volta – é quando você pega o adversário caído, abre a porta do ringue gradeado e bate a porta na cabeça do indivíduo. É muita marvadeza!

Diferente da maioria dos games até então, em que o cara apanha até morrer mas seu rosto continua novinho em folha, o resultado de toda essa selvageria fica exposto na cara dos lutadores, com marcas de roxo, machucados e sangue por todos os lados. Quando um sujeito apanha muito, sua locomoção fica até prejudicada, obrigando-o a mancar pela arena de combate.

A HISTÓRIA

É público e notório que as estrelas do rap americano adoram posar de bandidões do gueto, mesmo morando em mansões e tendo jatinhos, helicópteros e limusines à disposição. Em ‘Def Jam: Fight for NY’, os astros do rap conseguem finalmente realizar seu sonho. Divididos em duas gangues fictícias, eles disputam na mão o controle do submundo de Nova York.

Você faz parte da gangue de D-Mob e, logo no início do jogo, livra o chefe da cadeia. Procurado pela polícia, você é obrigado a se esconder num apartamento para não dar bobeira. O mais engraçado é que, mesmo assim, você não vai ficar longe de confusão, se envolvendo em uma série de brigas de rua pra tentar se tornar o rei do pedaço.

Para isso, você seguirá os ensinamentos do “mestre” Henry Rollings e aprenderá um destes cinco estilos de luta: ‘street-fighting’, ‘martial arts’, ‘kick-boxing’, ‘submissions’ ou ‘wrestling’. Depois, ainda poderá misturar até três destes estilos e aprender golpes especiais conforme for derrotando seus adversários.

As lutas são disputadas nas mais variadas locações: tem desde um desmanche de carros a bares, boates, um estacionamento, um octógono de MMA, um ferro-velho, encerrando no luxuoso escritório do líder da gangue rival, chamado Crow (“interpretado” pelo rapper Snoop Dogg). Aliás, uma das participações mais memoráveis do jogo é a do ator de origem mexicana Danny Trejo (de filmes como ‘Era uma vez no México’, ‘Pequenos Espiões’ e ‘Machete’, este ainda inédito), como um dos responsáveis pelo serviço sujo de Crow.

Os “valores e princípios” cultivados pelos rappers americanos estão todos presentes no jogo. Ou seja, você vai encontrar mulheres bonitas com pouca roupa (são seis gatas, incluindo a atriz e dançarina Carmen Electra, além de uma baranga, todas controláveis pelo jogador), marmanjos esbanjando grana com joias espalhafatosas e carrões estilo SUV (que consomem uma monstruosidade de combustível), além das roupas estilo “jogador de basquete” presentes em 99% dos clipes de rap.

CUSTOMIZAÇÃO

Um dos pontos mais divertidos de ‘Def Jam: Fight for NY’ é a customização do seu personagem. Em vez de escolher um personagem pré-determinado pelos programadores, é você quem vai decidir todas as características do lutador, desde a altura, cor de pele, peso, cor dos olhos e cabelo, formato do rosto... Enfim, existe uma variedade grande de elementos que possibilitam criar os mais variados lutadores.

Nas mais de 10 vezes que zerei o jogo, criei personagens fictícios, a partir da minha própria imaginação, mas o mais legal mesmo foi tentar reproduzir figuras já existentes. Entre os que inventei – e que ficaram bem parecidos com personagens reais – estão o Logan (Wolverine, com a roupa de ‘X-Men Origins’ e sem as garras, por motivos óbvios), o robô T-800 (de ‘Exterminador do Futuro 1, 2 e 3’), o Cody (de ‘Final Fight’), os lutadores Paul Phoenix e Jack (de ‘Tekken’) e até mesmo o Seu Madruga, da série de TV ‘Chaves’. O Seu Madruga (na foto ao lado, lutando contra o Wolverine) tem até o chapeuzinho que sempre é pisoteado depois de um “Gentalha, gentalha, gentalha!”. Mas minhas tentativas de criar o mestre Bruce Lee e o Ryu (de ‘Street Fighter’) não deram muito certo, apesar de o jogo ter calças de kung fu e quimonos de caratê.

É interessante que, até jogar ‘Def Jam’, eu nunca gostei desse negócio de customizar personagens, carros ou qualquer outro tipo de coisa. Mas ‘Def Jam’ mudou a minha opinião, porque as modificações têm uma utilidade no jogo. Até a aparência do lutador – suas roupas, joias, tipo de cabelo – influencia no seu rendimento nas lutas, já que define o quesito ‘empatia do público’, que resulta em mais ou em menos vitalidade para o personagem.

Mas os quesitos mais importantes de ‘Def Jam’ estão na academia, onde você vai treinar itens como membros superiores, membros inferiores, velocidade, saúde, entre outras coisas. Como os personagens começam muito lerdos, sugiro investir muitas fichas na velocidade. Centenas e centenas de vezes você vai ouvir Henry Rollings dizer “No pain, no gain”, até conseguir preencher todas as barras.

Na academia, você também vai comprar os golpes especiais (‘blazing moves’), que vão sendo liberados de acordo com seu progresso no jogo. Fazer os especiais é muito simples – talvez a forma mais simples entre todos os jogos de luta. Não tem nada de “meia-lua pro lado + 3 botões”. Basta atribuir uma das direções do seu direcional a determinado especial e acionar a direção no momento certo (‘blazing’). Não há diferenças de danos entre os especiais, mas cada um tem uma animação exclusiva e aterradora que dá vontade de colecionar todos.

UMA DICA IMPORTANTE

Dar dicas não faz parte da análise de um game, mas vou abrir uma exceção para quebrar o galho de vocês. Da primeira vez que joguei ‘Def Jam’, penei pra valer até conseguir vencer um único combate. Isso porque, para vencer um adversário, não basta esmurrá-lo acabar com sua energia. Você precisa bater nele até que ele chegue em ‘danger’ e, neste momento, executar um dos golpes capazes de levar o adversário a nocaute. Entre estes golpes, estão os especiais, os golpes que utilizam os cenários e ataques com armas.

De acordo com o estilo de luta dominado pelo personagem, você também pode liquidar o adversário com ataques específicos. No caso do ‘street-fighting’, é o socão que derruba o adversário. No caso das ‘martial arts’, são as voadeiras. Os lutadores de ‘wrestling’ fazem agarrões especiais que detonam o adversário. E assim por diante.

Além do Story Mode, em que você disputa lutas no mano-a-mano, dois contra dois ou combates com até quatro lutadores ao mesmo tempo (no esquema cada um por si), a diversão de ‘Def Jam: Fight for New York’ continua no modo multiplayer, disponível para até 4 jogadores se você tiver um hub. Todos os personagens do game são destraváveis – de acordo com seu progresso no jogo – e você também pode usar seus lutadores salvos no Memory Card.

CONCLUSÕES

Apesar da trilha sonora, que pode não agradar todos os gamers, ‘Def Jam: Fight for New York’ é um excelente jogo de luta e merece um lugar entre os melhores jogos de luta de todos os tempos. É uma pena que a série, iniciada com ‘Def Jam: Vendetta’, não tenha sido continuada. Há apenas uma versão de ‘Fight for NY’ para PSP, intitulada ‘The Takeover’, que, entre melhorias (como algumas inovações de ataques) e piorias (os gráficos e a câmera, principalmete), não chega a causar o mesmo impacto do título do PS2. Existe ainda um game para PS3, chamado de ‘Def Jam: Icon’, que nada tem a ver com os outros volumes da franquia. (Carlos Henrique Gondim, Diário Online)

FICHA TÉCNICA

Título: Def Jam: Fight for NY

Plataforma: PS2

Ano de lançamento: 2004

Empresa: EA Games

Gênero: Luta

Jogadores: até 4 (modo Multiplayer)

NOTAS

IGN: 8,7

Gamespot: 8,7

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