Ioiô, Cacareco e Tião: os animais candidatos no Brasil

Neste domingo (6), milhões de eleitores vão às urnas para decidir quem assumirá a prefeitura e as vagas na Câmara Municipal de cada um dos 5.570 municípios brasileiros. Capaz de mudar o presente e o futuro da população, o poder do voto é grande e pode promover mudanças significativas na gestão de um município, estado ou país.

No entanto, votos de protesto e até na base da brincadeira também acontecem em um cenário eleitoral, quando a seriedade e a tensão estão mais aflorados. A prática, inclusive, não é de hoje e já aconteceu pelo mundo todo. Entre os casos mais famosos, estão os de animais "que se candidatam" a algum cargo político.

Você sabia que alguns bichos chegaram bem perto de serem eleitos e "assumir" uma cadeira nas Câmaras Municipais e até de uma prefeitura aqui no Brasil?

Veja os animais candidatos no Brasil:

Ioiô, o bode

O primeiro e mais famoso dos nossos queridos candidatos foi o bode Ioiô, candidato a vereador em Fortaleza, no Ceará. Ele foi votado por diversos eleitores nas eleições municipais de 1922, que escreveram seu nome na cédula de votação. Infelizmente, não há informações sobre quantos eleitores, de fato, votaram em Ioiô, que faleceu apenas 9 anos depois, em 1931, e foi eternizado no Museu do Ceará.

Cacareco, a rinoceronte fêmea

Em uma incrível eleição para a Câmara Municipal de São Paulo, em 1959, a rinoceronte fêmea do Zoológico, Cacareco, acabou sendo a mais votada do pleito, com cerca de 100 mil votos. Ela acabou não assumindo o cargo de vereadora na capital paulista, mas teve mais votos que o partido mais votado naquele ano.

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Tião, o chimpanzé

O jornal humorístico Casseta Popular ("avô" do Casseta & Planeta) decidiu, em 1988, apenas 36 anos atrás, que o candidato mais capacitado para assumir a prefeitura do município do Rio de Janeiro era o macaco Tião, do Zoológico do Rio de Janeiro.

Votos de protesto

A indicação, na verdade, era uma forma de incentivar o voto nulo, mas ganhou o gosto da população. Após contabilizados os votos, Tião, que representava o "Partido Bananista Brasileiro" (PBB) obteve mais de 400 mil votos, e ficaria em terceiro lugar na disputa, tirando Álvaro Vale (PL) do pódio, se os votos tivessem sido validados.

Eles não foram, e Vale foi definido como terceiro colocado na disputa, que acabou com Marcello Alencar (PDT), que anos mais tarde seria governador do estado do Rio de Janeiro, eleito em turno único. A história da candidatura de Tião, reconhecido pelo Guinness Book como o chimpanzé mais votado do mundo, foi contada no documentário "Tião - O Macaco do Povo" (2017).