Os cachorros adoram se sacudir quando estão molhados. Essa técnica para se secar é compartilhada também por vários outros mamíferos peludos como; ratos, esquilos, leões, tigres, ursos e até gatos.
A chacoalhada não ajuda só a se secar, mas também a remover insetos que possam estar irritando os animais de lugares difíceis de alcançar. Mas o que está por trás das sacudidas, na verdade, é um mecanismo neurológico complexo que os cientistas ainda não conseguiam entender até agora.
O estudo sobre a descoberta foi publicado na revista Science.
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Pesquisadores da Universidade Harvard investigaram o circuito neural que leva os mamíferos a se sacudir examinando esse mesmo comportamento em camundongos molhados. De acordo com os cientistas, para que esse comportamento possa acontecer, uma classe específica de receptores de tato e neurônios que conectam a medula espinhal ao cérebro são ativados.
Gota de água ou de ácido?
A pele dos mamíferos peludos tem mais de 12 tipos de neurônios sensoriais, cada um específico para receber e interpretar sensações diferentes. Um desses tipos de receptores de baixo limiar de fibra-C (a sigla em inglês, e um jeito mais fácil de se referir a eles, é C-LMTRs).
Esses receptores que ficam em volta dos folículos de cabelo são complexos a ponto de distinguir entre uma gota de água, um inseto e o toque de outro animal. Nos humanos, os mesmos receptores servem para sentir toques, como um abraço. Nos outros mamíferos, eles servem para proteção, alertando sobre a presença de algo estranho na pele.
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Para realizar o experimento, os especialistas aplicaram gotas de óleo de girassol na nuca dos camundongos. Quase todos os animais se sacudiram para se livrar das gotas.
A próxima parte do experimento envolveu alterar geneticamente os camundongos para tirar os genes responsáveis por codificar os receptores C-LMTRs deles. Os animais modificados apresentaram uma redução de 50% nas sacudidas em comparação com os outros que continuavam com os mecanorreceptores.
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