Pássaros usam pele de cobra no ninho para enganar predadores

A seleção natural das espécies na natureza mostra que algumas delas precisam se proteger de outras para evitar um desequilíbrio na cadeia alimentar.

Em uma descoberta surpreendente, cientistas identificaram que algumas espécies de pássaros utilizam pele de cobra para proteger seus ninhos contra predadores. O estudo, publicado na revista The American Naturalist, demonstrou que essa estratégia incomum é especialmente eficaz para aves que constroem ninhos em cavidades, como as da ordem dos passeriformes.

Pesquisadores descobriram que camundongos e outros pequenos mamíferos, potenciais predadores de ovos e filhotes, evitam ninhos decorados com peles de cobra. “Predadores de pequeno porte, como esquilos voadores, têm medo de cobras, o que muda completamente sua decisão de invadir um ninho com pele de cobra”, explicou Vanya Rohwer, principal autor do estudo.

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Para chegar a essas conclusões, os cientistas analisaram dados históricos de grandes bancos de informações, como os arquivos da Western Foundation of Vertebrate Zoology. O estudo mostrou que a presença de pele de cobra em ninhos de cavidade é 6,5 vezes maior do que em ninhos abertos.

Os pesquisadores também realizaram um experimento em Ithaca, Nova York, utilizando 140 ninhos artificiais. Foram construídos 60 ninhos de cavidade, como caixas-ninho, e 80 ninhos abertos, semelhantes aos dos tordos-americanos, que nidificam em árvores. Metade dos ninhos recebeu pedaços de pele de cobra, e todos foram monitorados por câmeras.

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Os resultados revelaram que os ninhos de cavidade decorados com pele de cobra tiveram taxas de sobrevivência significativamente maiores. As câmeras registraram que pequenos mamíferos, como esquilos voadores, evitavam esses ninhos. Por outro lado, nos ninhos abertos, a presença do material não fez diferença significativa.

Embora já se soubesse que algumas espécies de aves utilizam pele de cobra em seus ninhos, o estudo ajuda a compreender melhor o impacto dessa estratégia no comportamento de predadores e na sobrevivência dos filhotes. “A presença da pele é um indicativo do histórico evolutivo de interação entre predadores e pássaros”, afirmou Rohwer.