![Padre Cícero e Maria de Araújo protagonizaram "milagre da hóstia". Imagem ilustrativa da notícia “Hóstia de Juazeiro”: a história do primeiro milagre de Padre Cícero](https://cdn.dol.com.br/img/Artigo-Destaque/890000/640x360/imagemotimizada-3_00895136_0_-3.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol.com.br%2Fimg%2FArtigo-Destaque%2F890000%2Fimagemotimizada-3_00895136_0_.jpg%3Fxid%3D3010331&xid=3010331)
No Brasil existem diversas figuras que estão enraizadas no imaginário popular. Quando se trata de uma figura religiosa, a fama atrelada a feitos considerados “divinos” também se espalha e a pessoa se torna uma figura cultuada.
É o caso de Padre Cícero, ou “Padim Ciço” como é mais conhecido, considerado fundador e padroeiro da cidade cearense de Juazeiro do Norte, na região do Vale do Cariri. Ele, ao lado da beata Maria de Araújo, foi protagonista do 'Milagre da Hóstia de Juazeiro', que posteriormente seria conhecido como o primeiro fenômeno religioso experienciado pelo padre.
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A história colocou a cidade de Juazeiro, na rota das tradições católicas no Brasil e popularizou o nome do Padre. Veja tudo a seguir:
Quem foi Padre Cícero?
Cícero Romão Batista nasceu em 24 de março de 1844, no sertão cearense. Filho de um comerciante e uma dona de casa religiosa, fez um voto de castidade aos 12 anos e foi ordenado padre em 1870. Em 1872, assumiu a paróquia de Juazeiro, onde testemunhou o fenômeno religioso de Maria de Araújo. Além de sua atuação religiosa, teve influência política, sendo o primeiro prefeito da cidade em 1911 e participando da Guerra de Juazeiro em 1914, unindo-se ao cangaço para enfrentar as tropas do general Franco Rebelo. Há relatos de que conheceu Lampião.
Maria de Araújo
Maria de Araújo foi uma mulher negra nascida liberta em 1862, veio de uma família pobre, com muitos irmãos e trabalhava como lavadeira e costureira. Dedicada à vida religiosa, tentou se tornar freira, mas foi impedida por sua origem social. Aos 27 anos, ficou conhecida por sinais de santidade, incluindo estigmas de Cristo e visões espirituais. Segundo relatos, ela teria tido experiências místicas, incluindo um casamento simbólico com Cristo na presença de Maria e São José.
O milagre da hóstia
Em 1889, Padre Cícero coordenada o grupo "Apostolado da Oração", composto por cerca de 11 mulheres, entre elas Maria de Araújo, na capela do então povoado de Juazeiro do Norte. E, em uma das noites, no momento da eucaristia, um acontecimento chocante ocorreu: quando Maria recebeu a hóstia sagrada, viu o pequeno círculo de trigo se converter em sangue puro no momento em que tocou sua língua.
O fenômeno se tornou conhecido como o primeiro milagre do Padre Cícero, que era quem ministrava a entrega da hóstia.
Não demorou para o ocorrido se popularizar pelo país e diversos católicos se tornaram devotos do Padre Cícero e Maria de Araújo, organizando expedições para Juazeiro atrás de bênçãos.
Polêmicas
O 'Milagre de Juazeiro' foi cercado de polêmicas. O bispo Dom Antônio Joaquim Vieira considerava Maria de Araújo uma falsária e enviou o padre Alexandrino de Alencar para desmascará-la. Apesar de romarias anteriores atestarem sua santidade, o padre Alexandrino a acusou de fraude em um relatório. Isso levou à perseguição da Igreja Católica, forçando Maria a viver seus últimos anos confinada. Ela faleceu em 17 de janeiro de 1914, mas seu túmulo foi saqueado, e seu corpo desapareceu, tornando seu paradeiro um mistério até hoje.
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