
Quando o dia 21 de abril se aproxima, muita gente lembra apenas do feriado prolongado. Mas por trás da folga, existe a história de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, personagem central da Inconfidência Mineira, executado no final do século XVIII. Curiosamente, ele só se tornaria herói nacional quase 100 anos após sua morte — e há muitos detalhes sobre sua vida que os livros escolares deixaram de contar.
Apesar de sua imagem oficial estar eternizada com barba longa e cabelos compridos, Tiradentes jamais teve esse visual. Por ser militar, mantinha o cabelo curto e, no máximo, um discreto bigode. No momento de sua execução, em 21 de abril de 1792, estava com a cabeça raspada e o rosto barbeado.
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Após ser enforcado no Rio de Janeiro, seu corpo foi esquartejado. Os pedaços foram espalhados entre Minas Gerais e o Rio, como forma de intimidar possíveis rebeldes. Sua cabeça, exposta em praça pública, desapareceu misteriosamente três dias depois e nunca mais foi encontrada.
Nascido em Minas Gerais, foi no Rio de Janeiro que Tiradentes teve contato com o Iluminismo e passou a defender ideias de liberdade e independência. Ali também desenvolveu projetos de infraestrutura urbana e foi preso por participar do movimento separatista.
A fama de herói, no entanto, só veio muito depois. Durante o Império, sua imagem foi praticamente esquecida. Já na década de 1870, com o avanço do ideal republicano, Tiradentes passou a ser resgatado como símbolo da luta contra a monarquia.
Após a Proclamação da República, em 1890, a data de sua morte virou feriado. Anos mais tarde, em 1965, ele foi oficialmente declarado patrono cívico da nação brasileira.
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15 Curiosidades que surpreendem:
- Nada de barba e cabelos longos: Ao contrário das imagens populares, Tiradentes não usava barba cheia nem cabelos compridos. Como militar, mantinha o visual disciplinado, com rosto barbeado e cabelos curtos. No dia da execução, estava com a cabeça raspada.
- Corpo esquartejado, cabeça sumida: Após o enforcamento, seu corpo foi dividido em quatro partes e exposto entre o Rio e Minas. A cabeça, deixada em um poste em praça pública, foi roubada na terceira noite e nunca mais foi encontrada.
- Mineiro, mas atuante no Rio: Apesar de nascido em Minas Gerais, foi no Rio de Janeiro que Tiradentes se envolveu com ideias iluministas e propôs melhorias urbanas, como abastecimento de água e transporte fluvial.
- De condenado a símbolo nacional: Não foi sua morte que o transformou em herói. Sua imagem passou a ser resgatada décadas depois, na década de 1870, com a campanha republicana. Em 1965, uma lei o declarou patrono cívico da nação brasileira.
- Visual inspirado em Jesus: A primeira pintura oficial de Tiradentes, feita em 1890, representava o mártir com barba e feições similares às de Jesus Cristo — intencionalmente, para reforçar a ideia de sacrifício.
- Instrumentos leiloados: Em 4 de julho de 1792, seus instrumentos de dentista foram vendidos em leilão. A bolsa completa foi comprada por Francisco Xavier da Silveira por 800 réis.
- Teve dois filhos: Embora nunca tenha se casado oficialmente, Tiradentes teve dois filhos: João, com Eugênia Joaquina da Silva, e Joaquina, fruto de uma relação com Antônia Maria do Espírito Santo.
- Dentista cuidadoso: Tiradentes era dentista e prezava pela conservação dos dentes. Só extraía quando necessário e produzia coroas com marfim e osso de boi para preservar a dentição dos pacientes.
- Várias profissões: Antes de se tornar mártir, atuou como tropeiro, minerador e até engenheiro. Ingressou na 6ª companhia dos Dragões de Minas Gerais com o posto de alferes (semelhante a segundo-tenente).
- Amor não correspondido: Aos 40 anos, apaixonou-se por Ana, filha de um sargento de apenas 15 anos. O romance não vingou, pois a jovem já estava prometida a outro homem.
- Aparência nada heroica: Relatos da época descrevem Tiradentes como um homem alto, magro e, segundo registros, muito feio.
- Três anos preso: Antes de ser executado, Tiradentes passou seus últimos três anos de vida preso, aguardando julgamento e sentença.
- Últimas palavras questionáveis: Apesar da versão popular dizer que ele declarou “Cumpri minha missão, morro com a liberdade”, há relatos que afirmam que suas palavras ao carrasco foram: “Seja rápido”.
- Carrasco escravizado: Jerônimo Capitânia, escravizado condenado à morte, teve a pena comutada para prisão perpétua ao aceitar ser o carrasco de Tiradentes.
- O único com feriado na data da morte: Tiradentes é o único brasileiro a ter a data de sua execução — 21 de abril — transformada em feriado nacional em sua homenagem.
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