
Arqueólogos turcos descobriram um pão de aproximadamente cinco mil anos durante escavações feitas na antiga vila de Kulluoba, na região de Eskisehir, oeste da Turquia. O alimento, datado do início da Idade do Bronze, cerca de 3300 a.C., foi encontrado sob a soleira de uma casa e surpreendeu os especialistas por estar quase completamente preservado.
Segundo o arqueólogo Murat Turkteki, diretor da escavação, o pão se manteve preservado mesmo após tantos anos porque ele foi queimado e enterrado. “Pão é um achado raro em escavações. Normalmente, só se encontram migalhas”, disse ele à agência de notícias France-Presse (AFP).
Com cerca de 12 centímetros de diâmetro e aparência semelhante a uma panqueca, o pão é considerado o mais antigo já identificado em escavações arqueológicas.
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Receita milenar inspira padaria local
A descoberta levou a prefeita de Eskisehir, Ayse Unluce, a sugerir que a receita fosse recriada. "Ficamos muito comovidos com esta descoberta. Conversando com o nosso diretor de escavação, perguntei-me se conseguiríamos reproduzir este pão", afirmou.
Para reproduzir o alimento, pesquisadores analisaram os ingredientes encontrados no exemplar antigo. Com base nisso, descobriram que foi usado uma variedade extinta de trigo (emmer), sementes de lentilha e uma folha não identificada usada para fermentação.
A responsabilidade por reproduzir a receita ficou por conta da padaria pública Halk Ekmek. Como o trigo original não existe mais, foi utilizada uma variedade similar chamada Kavilca, combinada com bulgur (trigo para kibe) e lentilhas. Segundo a gerente da padaria, Serap Guler, o resultado é um pão denso, nutritivo, com baixo teor de glúten e sem conservantes.
A primeira fornada do chamado “Pão de Kulluoba” foi colocada à venda no fim de maio. Cada unidade de 300 gramas custava 50 liras turcas, o que equivale cerca de R$ 7,11. As unidades dele se esgotaram em poucas horas, com clientes fazendo fila para experimentar a receita considerada por muitos como ancestral.
Diante da repercussão, a padaria passou a produzir 300 unidades por dia do pão, com apoio do governo municipal pare manter o preço acessível e incentivar o consumo pela população.
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Pão original está em exposição
O exemplar carbonizado está agora em exibição no Museu Arqueológico de Eskisehir, como parte da mostra “O Fermento do Tempo!”, organizada pela prefeitura.

Segundo os arqueólogos, o pedaço de pão foi provavelmente colocado no local como parte de um ritual, ainda durante a construção da casa.
A origem do alimento está ligada a uma civilização sem registros escritos, o que torna o achado ainda mais significativo para os pesquisadores.
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