
Após mais de 80 anos longe de seu local de origem, um valioso mosaico romano foi finalmente devolvido ao Parque Arqueológico de Pompeia, na Itália. A peça, que remonta à época do Império Romano e desapareceu durante a Segunda Guerra Mundial, estava em posse de um cidadão na Alemanha e retornou recentemente ao país de origem.
A obra retrata uma cena íntima entre um casal: um homem reclinado sobre uma cama estende o braço em direção a uma mulher em pé, de frente para ele e de costas para quem observa o painel. A imagem foi incrustada sobre uma base de travertino, um tipo de calcário comum na região. Estudiosos acreditam que o mosaico tenha decorado o piso de um quarto e tenha sido produzido entre o século 1 a.C. e o século 1 d.C.

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Segundo especialistas consultados pela agência Associated Press, o estilo da obra representa uma transição entre o período helenístico, que exaltava mitos e heróis, e uma fase mais voltada ao cotidiano e à intimidade do lar.
A história do artefato é marcada por um desaparecimento durante os anos turbulentos da guerra. Autoridades italianas informaram que a peça foi entregue, ainda nos anos 1940, a um oficial da Wehrmacht – o exército alemão nazista –, responsável pela logística de suprimentos militares. Após sua morte, os herdeiros entraram em contato com o órgão italiano de proteção ao patrimônio cultural para organizar a devolução do bem histórico.
Para confirmar a autenticidade e a origem do objeto, arqueólogos e curadores analisaram seus elementos com atenção. A peça pôde ser rastreada até a região de Pompeia, cidade destruída pela erupção do Monte Vesúvio no ano 79 d.C. Ainda assim, a localização exata onde o mosaico foi encontrado permanece incerta, e a falta de registros escritos da época torna essa identificação um desafio.
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Gabriel Zuchtriegel, diretor do Parque Arqueológico de Pompeia, destacou a importância do retorno: “Cada artefato que conseguimos recuperar representa uma cicatriz que começa a se fechar. O valor não é apenas artístico, mas histórico – e esse valor é gravemente comprometido pelo comércio ilegal de antiguidades”.
Enquanto novas análises arqueométricas são planejadas para entender melhor a origem e a trajetória da obra, o mosaico ficará exposto ao público no Antiquário do Parque. “O estudo, o conhecimento e o acesso da sociedade a esse patrimônio são como flores de lótus que nascem da lama dos saques movidos por ganância e egoísmo”, afirmou Zuchtriegel.
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