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850 MIL ANOS

Osso sugere que ancestral humano canibalizava crianças

"Os cortes na vértebra mostram que a criança foi tratada como presa", revela pesquisadora.

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Imagem ilustrativa da notícia Osso sugere que ancestral humano canibalizava crianças camera Osso possui marcas de corte consistentes com uma decapitação intencional de uma criança | Maria D. Guillén/IPHES

Em uma caverna nas montanhas da Serra de Atapuerca, no norte da Espanha, fragmentos do passado têm emergido do solo para contar histórias perturbadoras sobre os primeiros humanos.

Um desses achados recentes deixou a comunidade científica em estado de choque: a vértebra de uma criança, datada de 850 mil anos, foi encontrada com marcas que indicam uma possível decapitação intencional.

O osso, que pertenceu a uma criança entre 2 e 4 anos de idade, apresenta sinais claros de cortes feitos com precisão, sugerindo um processamento deliberado do corpo, prática associada ao canibalismo.

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O Instituto Catalão de Paleoecologia Humana e Evolução Social, responsável pelas escavações, aponta que a estrutura foi manipulada com técnicas semelhantes às usadas para abate e consumo de animais.

"Não há dúvida de que esses humanos tratavam alguns de seus mortos como recurso alimentar", afirma Palmira Saladié, codiretora da escavação em Gran Dolina. "Este caso em especial se destaca não só pela idade da vítima, mas pela repetição do comportamento em diversos restos humanos que estamos encontrando."

Um hábito que se repete

A vértebra é apenas uma entre dez fragmentos de ossos humanos recuperados recentemente no mesmo nível arqueológico, todos atribuídos ao Homo antecessor, uma espécie que pode ser ancestral tanto dos neandertais quanto dos humanos modernos.

Assim como ossos de animais encontrados na região, esses restos apresentam marcas de descarnação e fraturas provocadas intencionalmente.

Segundo os pesquisadores, essa não é a primeira evidência de canibalismo em Gran Dolina. Há quase três décadas, o mesmo sítio revelou os primeiros sinais desse comportamento entre hominídeos. O que chama atenção agora é a constatação de que o ato era recorrente, e não apenas um evento isolado.

Além dos restos humanos, a atual temporada de escavação também encontrou uma antiga latrina de hiena com mais de 1.300 fezes fossilizadas (coprólitos), localizada acima da camada onde estavam os ossos.

Essa sobreposição revela que a caverna foi ocupada alternadamente por humanos e carnívoros, o que pode ter influenciado tanto nos hábitos alimentares quanto na luta por sobrevivência entre as espécies.

Mais perguntas que respostas

A posição do Homo antecessor na árvore evolutiva ainda é incerta, já que seus fósseis foram encontrados apenas na Península Ibérica. No entanto, cada nova descoberta reforça a complexidade de sua existência, marcada por desafios extremos, rivalidade com animais selvagens e, ao que tudo indica, práticas brutais de sobrevivência.

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"Estamos apenas começando a entender como essas populações primitivas viviam e lidavam com a morte", afirma Saladié. "E os ossos ainda enterrados podem reescrever o que sabemos sobre nossos antepassados."

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