Uma descoberta arqueológica na Galileia, localizada no norte de Israel, pode mudar séculos de tradição cristã sobre o local do primeiro milagre de Jesus: a transformação da água em vinho. Por gerações, Kafr Kanna foi venerada como a Caná bíblica, cenário do casamento narrado no Evangelho de João. Contudo, pesquisas recentes apontam que a verdadeira Caná pode ter sido Khirbet Qana, a poucos quilômetros ao norte.
A equipe liderada pelo arqueólogo americano Tom McCollough revelou um complexo de cavernas subterrâneas com inscrições antigas, cruzes entalhadas e vestígios de espaços de culto cristão datados de mais de 1.500 anos. “Descobrimos um vasto complexo usado pelos primeiros peregrinos cristãos que vinham aqui para venerar o milagre da transformação da água em vinho”, afirmou McCollough.
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Dentro dessas cavernas, os arqueólogos identificaram altares, áreas de oração e locais que poderiam ter abrigado grandes jarros de pedra, elementos que lembram o relato bíblico. Além disso, as evidências indicam que Khirbet Qana foi um centro de veneração contínuo do século V ou VI até as Cruzadas, no século XII.
Textos de peregrinação da época descrevem a geografia e os marcos do local de forma consistente com as descobertas. O arqueólogo também recorreu aos escritos do historiador judeu Flávio Josefo, que descreveu Caná como uma vila judaica na Baixa Galileia, próxima ao Mar da Galileia, o que reforça a hipótese de Khirbet Qana como o cenário verdadeiro do milagre.
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A tradição que colocou Kafr Kanna como Caná, segundo McCollough, tem explicação prática. No século XVII, monges franciscanos priorizaram locais de fácil acesso para peregrinos, e Kafr Kanna oferecia melhor infraestrutura na época. Assim, uma escolha logística acabou se tornando tradição ao longo dos séculos.
Para estudiosos e fiéis, a descoberta oferece uma nova reflexão sobre a relação entre fé e ciência. Segundo o jornal Leravi, “a arqueologia, longe de enfraquecer a crença, oferece novas camadas de compreensão histórica e cultural às narrativas bíblicas”.
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