Pesquisadores realizaram um estudo para traçar a evolução das angiospermas. O resultado indicou que a primeira flor da Terra era bissexuada, ou seja, capaz de se reproduzir sozinha por meio de seus seis estames (órgãos masculinos) e cinco carpelos (gametas femininos).

A flor ancestral teria surgido no começo do Cretáceo, há 140 milhões de anos. Ela não existe atualmente, mas acredita-se que tenha características semelhantes à magnólia, mas de tamanho menor e com mais de dez tépalas (peça floral).

"Não quer dizer que não existia nada antes dessa flor, mas nossas inferências chegam até ali", afirma à GALILEU Juliana Ottra, do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP). "A família do feijão, por exemplo, existia na época do Cretáceo, mas não com todas as espécies que temos hoje."

Leia também:
+ Primeira flor a crescer no espaço é comestível
+ Botânico fotografa flores enviadas ao espaço

A brasileira faz parte da equipe de especialistas em biologia e meio ambiente de diversos países que participaram do estudo. 

A hipótese foi baseada na análise de características de 792 espécies viventes de flores, já que não existem muitos registro fósseis. "Flores são tecidos muito moles e não fossilizam bem", explica Ottra. 

Para tanto, foi construída uma "árvore da vida" — um gráfico circular que detalhou as particularidades das flores. Entre elas as formas de reprodução: unissexuada (quando uma flor é masculina e outra feminina) ou bissexuada (órgãos masculinos e femininos na mesma flor). 

Confira abaixo: 

As linhas que mais se aproximaram da flor ancestral são da reprodução bissexual. De acordo com Ottra, as plantas unissexuais podem ter surgido depois do Cretáceo, devido a condições favoráveis para a separação dos órgãos reprodutores. 

É a primeira vez que uma pesquisa tem uma teoria sólida sobre como era a primeira flor do mundo. 

Fonte: Revista Galileu

MAIS ACESSADAS