Um canadense chamado Kenneth Harrison foi acusado de pornografia infantil depois que uma “boneca” que ele havia comprado foi interceptada em um aeroporto do Canadá. A questão é que essa boneca, criada por uma empresa japonesa chamada Harumi Designs, para fins sexuais, tinha aparência de criança. Por isso, cada vez mais pesquisadores estudam os limites éticos desse comércio.
Até então, a maioria das empresas que trabalhavam nessa área vendiam bonecas eróticas bastante realistas, feitas de silicone. No entanto, algumas dessas companhias começam a produzir, agora, bonecas capazes de se mover e falar.
Empresas como a Android Love Doll, a Sex Bot e a True Companion são pioneiras neste mercado. Há também a companhia Abyss Creation, dos Estados Unidos, que lançou uma boneca robô chamada Real Doll. Também de silicone, ela é bastante realista e tem tamanho natural.
Outra boneca, chamada Harmony, com inteligência artificial, deve ser lançada até o fim deste ano pela Abyss. Harmony terá a função de mexer a cabeça e os olhos e poderá até falar por meio de um aplicativo conectado a um tablet.
ESTUDOS
Esse comércio de robôs sexuais é o mote de um estudo de Noel Sharkey, professor emérito de robótica e inteligência da Universidade de Sheffield, na Inglaterra. Ele publicou um relatório chamado “Nosso futuro sexual com os robôs” por meio da Fundação por Robótica Responsável (FRR, na sigla em inglês).
Uma publicação compartilhada por RealDoll (@abyssrealdoll) em
Segundo o pesquisador, ainda não há muitas empresas que fabricam esses bonecos, mas esse número está aumentando e é difícil descobrir quantas pessoas possuem esse tipo de equipamento, já que as fabricantes não revelam dados sobre as vendas dos produtos.
"Precisamos de legisladores que investiguem o tema e que a população decida se essas relações são aceitáveis e permitidas. Temos que pensar, como sociedade, o que iremos fazer sobre isso. Eu não tenho respostas, apenas formulo as perguntas", diz Noel Sharkey.
No relatório de Sharkey, diversas opções de usos para os robôs sexuais são consideradas.
- "robôs prostitutas" que poderão trabalhar em bordéis
- companhia para pessoas solitárias ou idosos
- como um novo modelo de "cura sexual"
- terapia sexual para estupradores e pedófilos
A opção da “terapia sexual” tem sido uma das polêmicas e que já gera debates na Justiça do Canadá. O caso do canadense preso após ter encomendado a boneca é um exemplo. O homem se declara inocente, e o julgamento ainda está em andamento.
"Os fabricantes querem criar uma experiência mais próxima possível de um encontro sexual humano", diz. "Mas os robôs não podem sentir amor, ternura, nem podem criar laços afetivos. O melhor que eles podem fazer é fingir", opina Sharkey.
(Com informações da BBC Brasil)
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar