Shimpei Ishiyama é um neurocientista que possui um trabalho talvez desconhecido da maioria: ele passa o dia no laboratório campus da Universidade Humboldt, em Berlim, fazendo cócegas em ratos.

Pode parecer estranho, mas o motivo é absolutamente científico. O riso dos roedores fornece ao pesquisador informações sobre as emoções positivas no cérebro. Todo um mecanismo com a mais alta tecnologia está preparado para observar os ratos.

"As emoções positivas são menosprezadas na neurociência porque os cientistas são obcecados por coisas negativas", explica Ishiyama.

Para o grupo de cientistas do qual Ishiyama faz parte, a prioridade é o estudo das emoções positivas, e não apenas para desvendar como agem em nosso organismo. Segundo o cientista, esse também pode ser o caminho para entender emoções como a tristeza e a depressão.

"Os cientistas trabalham muito em relação ao mau humor associado à depressão, mas não sabem tanto sobre os mecanismos cerebrais da felicidade ou do riso, que faltam na depressão. Estudar os mecanismos cerebrais das emoções positivas pode eventualmente nos ajudar a entender como elas são suprimidas, ou como obter a felicidade na depressão", argumenta o neurocientista.

O neurocientista dedica cerca de sete horas do seu trabalho fazendo cócegas nos animais, para em seguida avalia-los empiricamente. Para ele, a maneira como a cócega age no cérebro é um mistério, e nenhuma é igual a outra.

(Fonte: BBC)

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