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Projeto mapeia e disponibiliza música paraense

Um tesouro de ritmos do Brasil, lapidado pelas mãos e ouvidos do músico e produtor Betão Aguiar. Sons garimpados que chegam ao mundo a partir do projeto “Mestres Navegantes”. Já na terceira edição, a iniciativa de pesquisa das manifestações da cultura e m

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Um tesouro de ritmos do Brasil, lapidado pelas mãos e ouvidos do músico e produtor Betão Aguiar. Sons garimpados que chegam ao mundo a partir do projeto “Mestres Navegantes”. Já na terceira edição, a iniciativa de pesquisa das manifestações da cultura e música popular chegou até o Pará para mapear nossos ritmos, justo quando o carimbó foi reconhecido nacionalmente como patrimônio cultural imaterial do país, e rendeu um belo retrato da música popular feita nas regiões do Salgado e Marajó. O resultado está em dois discos com alguns dos mais importantes grupos e mestres de boi bumbá e carimbó em atividade no estado, que estão disponíveis para download legal e gratuito.

Os CDs foram gravados ao vivo, durante encontros musicais entre os grupos escolhidos, com clima de festa e buscando manter a veracidade do cotidiano do local. “O projeto me enriquece muito. A possibilidade de ir até a casa dos mestres, conhecer suas famílias, suas vidas, tomar um café com eles é uma grande riqueza tanto de sabedoria musical, quanto como experiência de vida. O legal do projeto é a riqueza dessa pesquisa de campo que vem dessa vontade de deixar esses ritmos disponíveis para que outras gerações possam conhecer”, afirma Betão, orgulhoso de ser o idealizador de um dos maiores acervos de música regional do país, que já foi reconhecido pelo jornal “The New York Times” como o quarto melhor projeto de música de 2013, quando ele mapeava o Cariri cearense.

Somando as três edições do projeto, são 400 músicas captadas em 17 discos, 15 filmes, 10 programas de rádio, além de fotos e textos produzidos nas coletas do músico. Tudo disponível na internet. “Tive contato com a música paraense ainda quando criança, ouvindo Pinduca e, mais recentemente, tive essa aproximação com a cena cultural mais nova, com artistas como Felipe Cordeiro, Luê e Gaby Amarantos. Fizemos músicas e trabalhos juntos. Comecei a viajar mais para Belém e conheci e participei dos trabalhos de Camila Honda e Strobo. Fiquei encantado com essa região de ritmos tão ricos e plurais, de gêneros musicais que eu mesmo não conhecia. Quando percebi que o projeto poderia deixar para as pessoas esse acervo e esse conhecimento, achei fantástico”, explica Betão, que toca com artistas como Arnaldo Antunes e Baby do Brasil.

A ousadia do projeto “Mestres Navegantes” fez com que ele fosse comparado às “Missões de Pesquisas Folclóricas” de Mário de Andrade. No Pará, Betão contou com apoio da já consolidada pesquisa de Edgar Chagas e com os conhecimentos de Júnior Soares, ambos músicos e pesquisadores do Arraial do Pavulagem e conhecedores da cultura popular paraense, para a seleção dos grupos que seriam mapeados, priorizando os tipos diferentes de carimbó e quatro sotaques de boi.

“Gente como Hermano Vianna já fez isso, de reunir a música brasileira em acervos. Mas eu gostaria de levar essa música adiante, para que as pessoas pudessem baixar e ouvir. Queria um registro que ficasse para sempre”, pontua Betão.

Ao todo, seis grupos de boi e seis de carimbó foram registrados, a maior parte em captações inéditas. Entre eles Mestre Regatão (muito conhecido da praia do Pesqueiro, no Marajó, que nunca teve nenhuma música sua gravada antes) e Mestre Piticaia, que representa uma das últimas reminiscências do boi de caixa, um estilo praticamente extinto, que usa um instrumento quadrado feito com couro de cobra. O grupo Sereias do Mar, formado apenas por mulheres, mostra o carimbó na suavidade das vozes femininas. Já o Boi Faceiro, de São Caetano de Odivelas, e o Boi Malhadinho, do bairro do Guamá, em Belém, trazem a maior participação das crianças e jovens nesta edição. O Mestre Chiquinho, do Carimbó Beija-Flor, e o Mestre Macaco, do conjunto Saionara do Maú, também estão na coleção.

Material captado pode virar documentário.

(Diário do Pará)

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