Na década de 1980, as primas Nicinha e Suelene já cantavam juntas, participavam de gravações de outros artistas e de seus próprios trabalhos, produziam vinhetas para rádios da cidade. Foi algo que veio de família.
“Meu pai tocava, a mãe dela cantava”, conta a primeira. Ao marcarem um show no Teatro Waldemar Henrique, conheceram Joba, escalado para fazer a abertura. A harmonia da voz dele combinava com a delas e assim passaram a ser um trio. Frequentavam o mesmo estúdio que eles os músicos e compositores Ronery – que tinha uma carreira solo – e Manoel Cordeiro, acompanhado de um grupo musical.
“Dentro do estúdio a gente já tinha um entrosamento de grupo. E quando surgiu a oportunidade de um disco, o Manoel teve a ideia de aproveitar algumas coisas que já tinham nascido desses nossos encontros”, conta Nicinha.
Era o auge da lambada, início da década de 1990, quando nomes como Beto Barbosa despontavam no cenário nacional. O convite veio da gravadora Continental. “Quando a gente se deu conta, já estava em São Paulo gravando o primeiro disco”, lembra Joba.
A eles também se juntaram os músicos Neca, Júnior, Jotair e Barata para lançar “Soca, Zouck e Cacicó”. A música “Warilou” foi uma das primeiras a ser gravada para o álbum. “Ela falava justamente sobre o quanto significava aquele trabalho pra gente”, conta Joba.
O grupo era entrosado, mas ainda não tinha nome quando terminou de gravar a faixa. Quando o produtor do disco ouviu, achou que Warilou era o nome da banda – e assim ficou, com a concordância de todos. A música, que faz sucesso até hoje, é a que define melhor o astral da banda que este ano completa 25 anos de carreira.
Grandes Momentos
“Durante esse primeiro ano como banda Warilou, passamos, entre idas e vindas, praticamente um ano em São Paulo, período no qual a gente investiu maciçamente na banda e na divulgação do nosso trabalho”, conta Joba. O grupo foi a todas as emissoras de TV nacionais e aos principais programas da época “Fomos ao ‘Clube do Bolinha’, ‘Gugu’ e programas do Silvio Santos”, relembra o cantor.
Com tantas participações em rádio e televisão a banda logo saiu em turnê que percorreu quase todo Norte e Nordeste brasileiros. “Notamos logo que a banda tinha grande repercussão no Amazonas. Tanto é que, depois de um recesso de oito anos sem show lá, voltamos em 2014 a Manaus com um público de seis mil pessoas em uma casa de shows fechada”, completa Nicinha.
Ainda do primeiro álbum vieram sucessos como “Negrita Linda (Volare)”, música obrigatória em repertório de apresentações. Do segundo álbum, “Luz do Mundo”, de 1992, saíram hits como “Feitiço” e a canção que dá nome ao disco. “Acredito que o mais expressivo dos álbuns atualmente é o ‘Todos os Ritmos’, de 1997”, considera Nicinha. Para este foram gravadas “A Luz do Teu Olhar” e “Brilho Sensual”.
Nesses 25 anos de carreira, por oito a banda parou. Cada músico seguiu seu caminho em outros projetos. Em 2012, um show provocou a retomada e veio a certeza: para os fãs famosos ou anônimos, era como se o tempo não tivesse passado e aquela lacuna de quase uma década não tivesse existido.
“Para nossa surpresa, a Gaby Amarantos, que sempre se disse grande fã da banda, subiu ao palco pra cantar com a gente no Festival Cultura de Verão e parte desse encontro entrou em um especial do Multishow sobre ela”, relembra Joba.
DVD comemorativo
A banda é formada atualmente por Joba, Nicinha e Suelene, nos vocais; Marcelo e Fabrício, nos teclados; Aritanã (percussão), JR (bateria), Kim Freitas (violão e guitarras) e Neca (baixista).
E planeja iniciar a gravação de um DVD no final deste primeiro semestre. A primeira parte será em Belém, no Portal da Amazônia, já agendada para o dia 20 de junho. A segunda será em Manaus, ainda sem data certa.
“Além de regravar grandes sucessos desses 25 anos de existência, a banda pretende brindar os fãs com músicas inéditas”, adianta Joba.
Uma destas novas canções é a já lançada em rádio “Namorado”. A Warilou também pretende incluir canções de outros artistas, como Toni Brasil, e levar para o show algumas participações bem especiais, entre elas, a do músico Chimbinha, da Banda Calypso, que vai fazer a produção de uma das faixas. Todo o novo trabalho promete ser uma celebração de grandes amigos e de grandes encontros.
Baile Tropical
Enquanto o show pelos 25 anos da Warilou não chega, a banda promove “esquentas” para a grande festa. Nesta sexta-feira, ela é atração principal do “Baile Tropical”, que aporta na casa de shows Mosaico, com participação dos DJs Bernardo Pinheiro, Profx, Damasound e Arêde.
O baile retoma as sonoridades tradicionais paraenses, como cúmbia, zouk, brega e tantos outros ritmos que são a cara da banda que há mais de duas décadas é um dos maiores xodós do público paraense.
(Diário do Pará)
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