Belém tem sido uma cidade de encontros na cena cultural brasileira. Seja o presente que revisita o passado, a redescoberta da cultura do Norte do Brasil por outras regiões, ou essa mistura de culturas de diferentes lugares do país aqui. Foi em Belém que surgiram as primeiras ideias para o clipe “Pissaicou”, da banda carioca Biltre. Em agosto de 2014, durante o 9º festival paraense de música alternativa Se Rasgum, a produtora Muamba Estúdio estreitava as relações com a banda, através de um dos integrantes, o músico Dioclau Serrano, amigo dos membros da empresa paraense.
Os músicos e produtores audiovisuais convergiram suas influências e o planejamento da história do videoclipe surgiu em uma das conversas marcadas ainda na capital paraense. O fotógrafo Brunno Régis, que faz parte da equipe da Muamba, explica como começou a produção e a história do clipe “Pissaicou”, do disco “BananoBikenologia” (2015). “Já estávamos planejando passar o Carnaval no Rio e daí casou de aproveitarmos para trampar fora de Belém, o que achamos muito legal. Na vinda da banda para o [festival] Se Rasgum, conversamos sobre um clipe com umas paródias pobres da [banda inglesa] Radiohead, e depois pensamos nesse cara vidrado que é transportado para um lugar onde ele realmente pode ser igual ao Radiohead”, explica Brunno, que assina a fotografia ao lado de André Morbach e a finalização do videoclipe.
Conectados com boas ideias
(Foto: Divulgação)
O novo clipe da banda Biltre para “Pissaicou” apresenta visualmente influências de novas vertentes da música eletrônica, como o techno-house, dance, acid-funk, trance, melody e groove, ao mesmo tempo que a letra ridiculariza as próprias influências e a linguagem de própria música da banda. A proposta da Biltre - formada por cinco músicos, mas com batidas eletrônicas em vez da bateria tradicional - é de fazer “um som maneiro tipo experimental”, como a própria música diz e o clipe mostra. Depois de iniciar com imagens em espaços diferentes, com danças e ações aleatórias, o vídeo culmina em uma festa de carnaval na Lapa, com efeito slowmotion e mais danças esquisitas, o que combina perfeitamente com a identidade da Biltre, conhecida no Rio de Janeiro por promover festas com um sistema de som sobre três rodas, engenhoca que pode ser comparada a uma grande bike-som.
Para Brunno Régis, existe uma sensação diferente em produzir videoclipes, que não é encontrada na finalização de outras linguagens audiovisuais que a Muamba normalmente costuma produzir, como peças comerciais para televisão e documentários. “Uma das coisas legais de fazer clipe é que quando lança a banda, [o trabalho] vai com ela debaixo do braço pra todos os lugares, é como ter um mensageiro do seu trabalho. Tem um monte de gente que vai ver o clipe que nunca ouviu falar na gente, mas vai conhecer por conta da banda”, diz Brunno.Ele também evidencia o detalhe de ter realizado parte da produção à distância.
“A gente se esforça muito para fazer um trabalho elaborado e esteticamente cuidadoso, além de querer sempre bolar clipes que as pessoas realmente curtam e assistam até o fim. É legal poder conversar com gente de fora mesmo estando em Belém. Trabalhar assim faz a gente acreditar que um dia o Brasil vai ser integrado“, comenta o fotógrafo, que junto com a equipe da Muamba já participou de produções de videoclipes das bandas paraenses Molho Negro e Cronistas da Rua, além da produção de clipe ainda inédito da cantora Gaby Amarantos. *Com informações de assessoria.
(Gustavo Aguiar)
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