Entre tantas bandas de indie rock e folk que surgiram pelo país no início dos anos 2000, mas que ainda não tinham a cena pronta para recebê-las, a Vanguart, nascida em Cuiabá, Mato Grosso, é uma das poucas que conseguiu trilhar um caminho de três álbuns celebrados por fãs em todo país – incluindo Belém – e manter-se firme na estrada. Ela começou como um projeto solo do vocalista e violonista Hélio Flanders e que acabou desaguando no primeiro álbum da banda, “Vanguart” (2007), um sucesso de público e crítica que figurou em praticamente todas as listas de melhores daquele ano.
Dez anos após esse primeiro sucesso nacional e há três anos sem dar um voltinha por Belém, a banda apresenta nesta sexta, no Açaí Biruta, seu show em formato acústico, o “Vanguart Acoustic Night”. O repertório contará com as músicas registradas no DVD “Muito Mais que o Amor - Ao Vivo” (Deck – 2016), como “Meu Sol”, “Demorou pra Ser”, “Olha pra Mim”, “Estive” e “Pra Onde Eu Devo Ir?”, além dos sucessos anteriores, como “Mi Vida Eres Tu”, “Nessa Cidade”, “...Das Lágrimas”, “Se Tiver que Ser na Bala, Vai”, do disco “Boa Parte de Mim Vai Embora” (Deck – 2011), e as queridinhas “Cachaça” e “Semáforo”, do início da carreira.
A proximidade do reencontro, admite Hélio Flanders, tem deixado a banda com um misto de nervosismo e ansiedade. “Eu estou tentando nem pensar nisso. Belém é um dos melhores lugares que a gente foi para fazer show. Uma cidade grande, um show muito forte, sempre dá uma tremidinha de ir praí… Nossa, vai ser intenso! Definitivamente a gente sabe que nunca vai ser um show qualquer, a gente está com muita vontade e muito feliz com isso”, diz ele.
Em formato mais compacto, o show não terá sua formação completa, trazendo Hélio Flanders na voz, piano, violão, trompete e gaita; Reginaldo Lincoln na voz, violão, baixo e bandolim; David Dafré no violão, clarinete e lap steel; e Fernanda Kostchak ao violino.
“Estamos em um momento muito bom da banda, em que as canções estão falando por elas. Estão se comunicando mesmo com as pessoas. Sendo os quatro no palco, em um show reduzido, a troca entre a gente é muito grande e ainda mais visível. No ‘Acoustic Night’, as canções soam como quando eu toco elas aqui, no meu quarto. A gente fez uma vez para testar e de repente descobriu muita coisa sobre as músicas. Muitas delas que a gente nem estava mais afim de tocar, por serem antigas, a gente viu que era possível encontrar arranjos que gostávamos e levar de novo para os shows”, diz Flanders, citando como exemplo “Patinha da Garça”.
Na imagem: o baixista Reginaldo Linconl; o guitarrista Davi Dafré; a violinista Fernanda Kostchak; e o vocalista Hélio Flanders (Fotos: Ariel Martini/Divulgação)
Banda lança álbum novo em maio
Enquanto dava entrevista ao DIÁRIO, o vocalista do Vanguart, Hélio Flanders, estava em estúdio, em São Paulo – onde todos os integrantes da banda residem atualmente – acompanhando a mixagem de um novo álbum. Previsto para o mês de maio, e ainda sem nome definitivo, ele é um dos motivos para a banda se sentir em tão bom momento na carreira. “A gente está totalmente envolvido no processo, é o dia inteiro nisso. E só pode dizer que é ‘o melhor disco até agora’. Acho que a gente conseguiu achar uma linguagem nova dentro do que a banda é. A gente está muito feliz com o disco novo, flutuando com a possibilidade de uma turnê nova. Eu tô muito apaixonado por esse disco”, declara Hélio Flanders.
O álbum contou com a produção de Rafael Ramos, o mesmo que produziu o disco anterior, “Muito Mais que o Amor” (Deck – 2013). Nessa trajetória até aqui, Flanders acredita que a banda já conta com três álbuns bem diferentes e que conseguiram passar bem o que era a banda em cada momento de sua trajetória. “Acho que o primeiro (disco) é a primeira força autoral, com músicas bem diferentes entre elas, a gente superjovem, acertando e errando em alguns momentos no palco. Foi legal começar com um álbum mais plural”. O segundo “foi o princípio de uma maturidade, um disco mais de reflexão, com canções muito fortes e violentas”. Um avesso do último, descrito por ele como um álbum “mais de celebrar um
amor diário”.
Encontro inédito abrirá o show
Camila Barbalho e Lívia Mendes farão o show de abertura da noite, seguindo também um formato acústico. Amigas dos tempos de faculdade e suas rodas de violão, ambas seguiram seus diferentes caminhos sonoros e retomaram o contato intenso há dois anos, para compartilhar experiências e trabalhar juntas, dessa vez de forma profissional. Camila tornou-se contrabaixista na banda de Lívia, e desse reencontro surgiram novas trocas e a vontade de dialogar musicalmente.
“Recebemos o convite da produtora de uma forma muito especial, porque é uma oportunidade de unirmos dois trabalhos. Já somos parceiras há muitos anos, mas nunca tínhamos feito um show unindo nossos trabalhos solo. Preparamos uma noite onde cada uma vai tocar suas músicas e nossas composições em parceria. Vai ser uma sonoridade marcada pelos instrumentos acústicos que a gente ama, eu com o violão e ela, o baixo”, conta a cantora, Lívia Mendes.
(Lais Azevedo/Diário do Pará)
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