A solenidade de formatura dos alunos da Escola Kojipôkti, da comunidade Hàkti, na noite de sexta-feira (20), na Terra Indígena Mãe Maria, município de Bom Jesus do Tocantins, no Sudeste do Pará, foi marcada pela afirmação da identidade cultural dos povos originários. A Escola Kojipôkti pertence à 4ª URE (Unidade Regional de Educação), vinculada à Secretaria de Estado de Educação (Seduc).
Os alunos concluíram as modalidades ensino infantil, 5º ano do Ensino Fundamental I, 9⁰ ano do Ensino Fundamental II e 3⁰ ano do ensino médio. A turma foi intitulada "Eterno Cacique Kuwexere: Essa árvore nunca vai morrer".
A solenidade contou com o juramento dos formandos, entrega de certificados, agradecimentos e dança. Os alunos exibiram pinturas corporais, marca da identidade cultural. A comunidade Hàkti tem como cacique atual Xaprãti Kuwere.
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Novo tempo
João Chamon Neto, secretário regional de Governo do Sul e Sudeste do Pará, após conhecer as instalações da escola, disse estar agradecido por vivenciar o momento, e se colocou à disposição para discutir as demandas da unidade de ensino.
"É fantástico estar perto da natureza, ter a preservação da fauna e flora. Passamos um terrível momento de execração dos povos originários no governo federal anterior, mas agora estamos iniciando um novo tempo. As políticas públicas agora virão com mais força, para ajudar a cultura e a qualidade de vida dos nossos indígenas", afirmou o secretário.
Segundo o diretor da 4ª URE, Magno Barros, a instituição almeja que os estudantes tenham a qualidade que precisam para, a partir da escola, mudar suas vidas e da comunidade. "Para lutar vocês devem estar com todas as armas. A principal é o conhecimento institucional, para ajudar a comunidade. Por isso a escola é importante. Que nós possamos apoiar vocês cada vez mais. Na educação o Estado está cada vez mais presente", garantiu o diretor Magno Barros.
Concluinte do 3º ano, Tonkwyire Leonice Kaprektyire, 18 anos, tem como língua materna o Jê, do tronco linguístico Macro-Jê. Ela estava na solenidade com a pintura corporal keré, usada no ritual da menina-moça. "Eu não sei nem descrever o que estou sentindo. É uma nova caminhada, nova jornada. Estou aprendendo coisas novas, e vou aprender mais ainda. Eu quero ser pedagoga, e tenho muito a agradecer aos professores por essa nova experiência", disse a estudante.
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