Os rios Tocantins e Itacaiúnas continuam subindo em Marabá, no sudeste do estado. Muitos bairros já estão debaixo d’água. As ruas têm se transformado em rios.
Até a noite desta segunda-feira (17), 3.410 famílias haviam sido afetadas pela cheia. Desse total, 680 estão desabrigadas, 1.830 desalojadas (nas casas de parentes e amigos e aluguel) 485 ribeirinhos e 435 ilhadas, que ficam no andar de cima da residência, contrariando a recomendação da Defesa Civil de não se manter em área de risco.
A régua fluviométrica estava marcando na manhã desta terça-feira (18), 13,04 metros. Diante dos números, a Defesa Civil do município e a Sevop (Secretaria de Viação e Obras Públicas) já construíram mais de 700 unidades para acolhimento familiar, com água potável, banheiros e luz elétrica, nos 18 abrigos disponibilizados para os atingidos. Além da estrutura, as famílias recebem assistência de saúde, cesta básica, segurança e apoio psicossocial.
O governador Helder Barbalho (MDB) anunciou que o governo estadual também construirá abrigos para receber 300 famílias, em atendimento a uma solicitação da Prefeitura de Marabá.
KITS
Atualmente todos os abrigos e não-oficiais já receberam as cestas básicas doadas pelo Governo do Estado. Nesta terça-feira (18), continua a entrega das cestas básicas para famílias ribeirinhas. “Estamos montando a logística necessária para chegar até essas famílias ilhadas”, conta Luís Silva, diretor técnico da Seaspac (Secretaria Municipal de Assistência Social, Proteção e Assuntos Comunitários).
Além de 2.500 cestas de alimentos, o Governo do Estado enviou ainda três caminhões de donativos ao município. São colchões, kits de higiene e limpeza, e cestas de alimentos.
Após articular junto a iniciativa privada, o Governo do Estado, através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), conseguiu ainda mais doações. São 23 mil litros de água; 2 mil kits higiênicos; 8.750 cestas de alimentos; 500 colchões e oito banheiros químicos para minimizar o sofrimento da população neste momento difícil.
VEJA TAMBÉM:
Benefício de um salário mínimo começa a ser pago a famílias
Enquanto uns sofrem, outros se divertem na Orla de Marabá
Cadastro para benefício do salário mínimo será nos abrigos
DESABRIGADOS
A dona de casa Antônia Marcos Portel, de 56 anos, moradora da Rua Vital Brasil, no Bairro da Paz, mudou-se com o esposo para o abrigo em frente à obra Kolping, há cerca de 15 dias. Ela se deslocou às pressas porque a água estava subindo em um nível muito rápido. “Enche todos os anos, mas esse ano foi bastante diferente. Aqui está melhor, a água lá está cobrindo meu barraco, nós estamos aqui, já ganhamos cesta básica e peço que venha mais”, afirma.
Desempregado há seis meses, Adriano de Lima, de 35 anos, mora na Rua Porto da Balsa, no bairro Amapá, também está no abrigo da Kolping com a esposa e mais três filhos. É a primeira vez que a água chega até à casa dele. “Nunca tinha mudado por esse motivo, em três anos morando nesse endereço a água ainda não tinha me tirado de lá”, comenta.
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar